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| - Em debate, Tebet erra dados sobre violência doméstica
A candidata à presidência Simone Tebet (MDB) errou dados sobre violência doméstica e acertou ao falar sobre a ampliação dos diretos das domésticas durante debate dos presidenciáveis promovido ontem por UOL, Folha, Band e TV Cultura.
Violência doméstica
Para entender o que significa violência contra a mulher. Uma em cada três mulheres no Brasil sofreu, sofre ou sofrerá algum tipo de violência dentro ou fora de casa.
Impreciso. No Brasil, o número de mulheres que declarou já ter sido agredida por um homem é de 27%, entre as mulheres ouvidas pelo DataSenado, inferior ao dado global e reproduzido por Simone Tebet. Um a cada três corresponderia a 33,3%.
Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), em todo o mundo, uma em cada três mulheres sofre violência física ou sexual.
A maior parte acontece dentro de casas por arma de fogo ou companheiro que jurou proteger (...)".
Exagerado. Entre as violências sofridas pelas mulheres, 18,6% das mulheres que foram ofendidas verbalmente; 6,3% sofreram tapas, chutes ou empurrões; 5,4% passaram por algum tipo de ofensa sexual ou tentativa forçada de relação; 3,1% foram ameaçadas com faca ou arma de fogo e 2,4% foram espancadas. Os dados são do levantamento A Vitimização das Mulheres no Brasil, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Datafolha.
Mas, é verdade que a maior parte das agressões são cometidas por parceiros dessas mulheres. 71% dos feminicídios e das tentativas têm como principal suspeito os companheiros das mulheres assassinadas, segundo levantamento realizado pela Folha de São Paulo em 2019.
(...) mas o que é mais grave que todos precisam saber que a maior violência não acontece com a mulher dentro de casa, ela acontece com a criança de zero a 14 anos. 60% da violência acontece, eu estou falando de pedofilia, estou falando de estupro. Eu estou falando de abuso sexual".
Impreciso. O número é ainda maior do que o citado pela candidata: 86% dos casos de violência doméstica foram praticados por conhecidos das vítimas, como noticiado pelo UOL em outubro de 2021 em base dos dados divulgados pela Unicef.
Domésticas
[Bolsonaro] Votou contra os direitos das empregadas domésticas".
A afirmação de Tebet é verdadeira. Bolsonaro, enquanto deputado do PP-RJ (Partido Progressista) em 2012, votou contra a PEC das Domésticas (Proposta de Emenda à Constituição 478/10), que visava ampliar os direitos trabalhistas de domésticas, babás, cozinheiras e outros trabalhadores em residências. A matéria foi aprovada por 347 votos a 2, com 2 abstenções.
Segundo o site oficial da Câmara dos Deputados, matéria da época dizia que preocupação dele era de não deixar que as domésticas fiquem na informalidade e com dificuldade de arranjar emprego. Muitas delas, que hoje têm carteira assinada, serão reaproveitadas como diaristas. Isso acontecerá, na visão do deputado, porque o patrão que ganha um salário entre R$ 3 mil e R$ 4 mil terá dificuldade para pagar uma funcionária com esses novos encargos.
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