schema:text
| - Em entrevista ao jornal Público, publicada a 3 de julho, António Costa defendeu que na Política é necessário ser persistente. Questionado sobre uma eventual remodelação no Governo, o primeiro-ministro rejeitou a possibilidade, reconheceu algum desgaste de vários ministros devido à pressão da pandemia, mas preferiu sublinhar a importância da perseverança, da estabilidade governativa e da continuidade das políticas e reformas necessárias.
Nessa medida, Costa deu como exemplo a extensão do metro a Loures para comprovar que, na Política, é necessário persistir para obter resultados. “Na segunda-feira, vou lançar o arranque da obra da extensão do metro ligeiro a Loures, que foi uma proposta que apresentei quando me candidatei à Câmara de Loures em 1993. A Política requer, como vê, muita persistência”, recordou.
Verificação de factos.
Há 28 anos, António Costa era novo (33 anos) mas não um novato nas lides autárquicas. Durante mais de 10 anos, entre 1982 e 1993, foi membro da Assembleia Municipal de Lisboa e, em 1993, candidatou-se à Câmara Municipal de Loures. A campanha autárquica acabou por ficar na história da política nacional devido a um episódio promovido pelo atual primeiro-ministro.
Nesse tempo, Odivelas ainda pertencia ao município de Loures. Durante a campanha eleitoral, para chamar a atenção para o trânsito caótico e filas sem fim na Calçada de Carriche, que liga Loures a Lisboa, e para a necessidade de ligar o metropolitano a Odivelas, António Costa teve uma ideia: uma corrida entre um burro e um Ferrari para ver quem chegava primeiro a Lisboa.
António Costa agitou a bandeira xadrez para dar início à corrida. No final, seria de facto o burro a vencer o automóvel de 300 cavalos, com um avanço de cinco minutos. A RTP registou o momento.
Apesar da jogada mediática, o vencedor das eleições autárquicas em Loures foi Demétrio Alves da CDU, que deu continuidade a um bastião comunista e António Costa seria, entre 1993 e 1995, vereador na autarquia.
28 anos depois, Costa é primeiro-ministro e na segunda-feira, 5 de julho de 2021, vai lançar a obra que apresentou em 1993: a extensão do metro a Loures, uma reivindicação antiga do concelho. Assim, nesse dia, está prevista a assinatura do protocolo entre as autarquias de Loures e de Odivelas e a empresa Metropolitano de Lisboa para dar início à construção dos 12 quilómetros de linha previstos para o Metro de Superfície em Loures.
De acordo com fonte do Ministério do Ambiente e da Ação Climática, que tutela os transportes urbanos, o valor indicado no documento preliminar referente ao Plano de Recuperação e Resiliência (PPR) entregue pelo Governo em Bruxelas corresponde ao investimento total da obra. “Os 250 milhões de euros correspondem ao investimento total, que se prevê que seja integralmente financiado através dos fundos europeus do Plano de Recuperação e Resiliência”, refere a resposta enviada à Lusa. As obras devem estar concluídas até 2025.
A linha terá uma configuração em “C”, uma extensão de 12 quilómetros e dois “braços”: um com a estação terminal no Hospital Beatriz Ângelo e o outro no Infantado. Segundo a autarquia, este metro de superfície vai servir diretamente as freguesias de Loures, Santo António dos Cavaleiros e Frielas.
___________________________________________
Avaliação do Polígrafo:
|