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  • Dérbi que é dérbi, tem sempre polémica à mistura. Depois do insólito jogo entre a B-SAD e Benfica, que teve em campo apenas 9 elementos azuis contra 11 encarnados, depois de descoberto um surto da nova variante de Covid-19, Ómicron, eis que foi a vez do Sporting dar de caras com uma suposta nova vaga de casos no plantel. Na passada quarta-feira, o defesa central leonino Sebástian Coates testou positivo ao novo coronavírus. As horas seguintes serviram para alimentar a dúvida de um possível adiamento do dérbi desta sexta-feira para a liga portuguesa mas, também, para criar novas teorias da conspiração. Quer no Facebook quer no WhatsApp, começaram a surgir publicações com supostos testes PCR feitos a Coates que contrariavam as notícias: afinal, o defesa uruguaio não estaria infetado por ter dado negativo. Na imagem é possível ver que o teste teria sido feito alegadamente no dia 1 de dezembro, quarta-feira, precisamente quando se soube que Coates teria testado positivo. Mas há ainda mais informações a destacar: foi, supostamente, o departamento de microbiologia e imunologia da Faculdade de Farmácia da universidade de Lisboa a realizar o teste, tendo sido depois assinado pelo professor catedrático e virologista, João Manuel Braz Gonçalves. Trata-se, no entanto, de publicações falsas. Os receios não se confirmaram: Coates é mesmo o único caso positivo de Covid-19 confirmado no Sporting Esta quinta-feira ficou a saber-se, depois das informações avançadas pelos diários desportivos e confirmadas pelo Observador, que todo o plantel do Sporting deu negativo ao teste PCR, menos Sebástian Coates. Esta informação, só por si, já desmente todas as publicações relacionadas com o tema. Ainda assim, tudo se passou no dia anterior, portanto, são necessárias mais explicações. De facto, todas as imagens referentes a um suposto teste PCR negativo a Coates são falsas. João Braz Gonçalves confirmou ao Observador que estas publicações estão a partilhar informações falsas. “Este teste é falso. A data de colheita apresentada no documento é o dia 1 de dezembro e, nesse dia, não fizemos testes à Covid-19”. No entanto, há mais informações que precisam ser desmentidas e devidamente enquadradas em plena pandemia. Em primeiro lugar, “as comunicações dos resultados dos nossos testes são colocados no Sinave, a base de dados oficiais da Direção Geral da Saúde, e a minha assinatura nos relatórios de informação têm um carimbo da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, o que não acontece neste caso”, referiu João Braz Gonçalves. Ou seja, todos os elementos que aparentam ser verdadeiros no documento não o são. Trata-se, portanto, de uma “apropriação indevida da assinatura colocada nos relatórios de análises do laboratório”, que são depois entregues às pessoas apenas como “indicativo da realização do teste”. Sendo certo, por isso, não ser possível considerar o documento como um “certificado oficial de testagem”, garantiu o virologista. Esse certificado só poderá ser emitido pela DGS após a submissão do número de segurança social do indivíduo. Todas estas informações estão devidamente enquadradas no site oficial daquela autoridade de saúde e podem ser consultadas por qualquer pessoa. Por outro lado, depois de anunciadas as novas medidas do estado de calamidade, que começou na passada quarta-feira, sabe-se agora que, pelo menos nas próximas semanas, para entrar em bares em discotecas, cada português precisará de um teste antigénio ou PCR com resultado negativo. Para isso, basta usar o seu número de identificação e pedir o certificado digital no respetivo site do SNS. Resta dizer que o teste poderá ter sido fabricado através de um site, entretanto desativado, onde se poderiam gerar certificados de vacinação e também resultados de testes Covid-19. Esta já não é a primeira vez que surgem fraudes online que podem colocar em risco a saúde pública. Conclusão Não é verdade que Sebástian Coates tenha testado negativo à Covid-19. Várias imagens nas redes sociais contestaram as notícias de que o defesa central do Sporting não estaria infetado com o novo coronavírus. Esta quinta-feira ficou a saber-se que é o único elemento infetado e que, por esse motivo, faltará ao dérbi desta sexta-feira, a contar para a liga portuguesa de futebol. Depois, o documento em si foi desmentido pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, uma das instituições referidas no suposto teste. Assim, segundo a classificação do Observador, este conteúdo é: No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é: FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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