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| - “Cidadão: Então agora estou imunizado?
Enfermeira: Não! Ainda pode contagiar-se.
Cidadão: Mas tenho que seguir usando máscara?
Enfermeira: Sim!
Cidadão: Então eu já não contagio os outros?
Enfermeira: Não sabemos!
Cidadão: Mas ao menos sabe o que está me injetando?
Enfermeira: Está proibido saber, a fórmula é confidencial.
Cidadão: O fabricante responsabilizar-se-á se algo der errado?
Enfermeira: Não!
Cidadão: Então porque fazemos isto?
Enfermeira: Não sei! Estou apenas seguindo ordens”.
Este é o teor de um diálogo em português do Brasil entre o que parece ser uma enfermeira e um cidadão a receber a vacina contra a Covid-19. Consta de uma tira de banda desenhada e foi encarado por vários leitores do Polígrafo como sendo um conteúdo cujo objetivo é propagar desinformação. A seu pedido, o Polígrafo verifica duas das ideias que constam do diálogo.
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Sobre a questão da imunidade:
As pessoas vacinadas contra a Covid-19 só são consideradas como imunes à doença cerca de uma semana após a administração da segunda dose. De acordo com a informação emitida pela Direção-Geral da Saúde (DGS), é esse o período de tempo que dá garantia quanto a uma resposta robusta por parte do sistema imunitário.
Por outro lado, desconhece-se ainda se a vacina impede a infeção assintomática. Embora proteja contra a doença, não impede que o indivíduo seja portador e transmissor do vírus sem exibir quaisquer sintomas e é nesse sentido que as máscaras e o distanciamento social continuam a ser recomendados para evitar a transmissão.
O Ministério da Saúde informa que “todas as vacinas mais adiantadas nos ensaios clínicos apresentaram resultados preliminares que demonstram ser eficazes contra a Covid-19” e que por eficácia se entende que “uma pessoa vacinada tem um risco de contrair a doença que é significativamente inferior ao de outra pessoa, em idênticas circunstâncias, que não foi vacinada“. Ainda assim, ressalva-se que “os vacinados poderão eventualmente ter doença ligeira, mas estão protegidos de formas graves de Covid-19, comparativamente com os não vacinados”.
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Sobre a questão da confidencialidade:
Importa salientar que a Comirnaty (a vacina da Pfizer e da BioNTech) demonstrou ter cerca de 95% de eficácia num grupo de 44 mil voluntários. Quanto à respetiva fórmula, ao contrário do que é sugerido na publicação, não é confidencial. A lista de ingredientes pode ser consultada no folheto informativo da vacina (p. 10).
Tal como o Polígrafo já verificou anteriormente, as vacinas de base RNA são desenvolvidas através de uma técnica que consiste em inserir uma parte dos genes de um determinado patógeno em plasmídeos, moléculas de ácido ribonucleico presentes nas bactérias. Estes plasmídeos são injetados no corpo humano e entram nas células, onde reproduzem partes do agente causador da doença – neste caso, o novo coronavírus – para obter uma resposta imunológica do organismo.
Esta abordagem oferece algumas vantagens em comparação com métodos mais tradicionais. Desde logo porque eliminam a necessidade de inserir qualquer agente infeccioso, como um vírus enfraquecido, no corpo humano. E também são mais fáceis de produzir em larga escala.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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