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| - O que estão compartilhando: que uma pesquisa teria revelado que a maioria dos imigrantes brasileiros deportados votaram no presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dentre os deportados, 82% teriam votado no petista.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Não há nenhum registro de que tenha sido feita alguma pesquisa como a citada na postagem. A imagem que circula nas redes sociais não cita nenhuma fonte. Nas entrevistas concedidas pelos deportados que chegaram ao aeroporto de Belo Horizonte no dia 24, não foi abordada a preferência política dos imigrantes. Vale dizer que, nas últimas eleições, os brasileiros que moram nos Estados Unidos deram preferência ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não a Lula.
O Verifica não conseguiu identificar o autor da postagem falsa. Leitores pediram a checagem pelo WhatsApp: (11) 97683-7490.
Saiba mais: Em 2022, 697.078 eleitores residentes fora do País estavam aptos a votar, sendo quase 183 mil nos Estados Unidos, o maior colégio eleitoral de brasileiros no exterior.
Os boletins de urna de 2022 divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que foram instaladas seções eleitorais em 10 cidades norte-americanas. Bolsonaro venceu Lula no segundo turno em sete delas. O petista só ficou à frente em Chicago, São Francisco e Washington.
De um total de 68.196 votos no segundo turno, Bolsonaro recebeu 44.596 (65,3%), contra 23.600 (34,6%) de Lula. Não há como filtrar os resultados diferenciando votos de pessoas legalizadas e ilegais.
Conforme informações disponíveis no site do TSE, brasileiros podem votar no exterior se tiverem vínculo com o novo domicílio eleitoral por no mínimo três meses e se não tiverem pedido transferência no ano anterior.
A documentação necessária para essa transferência de título é um documento oficial brasileiro de identificação, comprovante de residência no exterior, comprovante de pagamento de débito, e comprovante de quitação militar. Não é exigida a apresentação de visto.
A assessoria de imprensa do TSE informou que “não existe a possibilidade de verificar o voto das cidadãs ou cidadãos brasileiros, residentes no Brasil ou no exterior” porque o sigilo do voto é direito garantido pela Constituição Federal.
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Voo com deportados virou notícia por relatos de maus tratos
Na última semana, chegou ao Brasil o primeiro voo de deportados desde que Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos. A deportação em massa de imigrantes ilegais foi promessa de campanha dele.
O voo ganhou as manchetes pela forma como os passageiros foram transportados. O avião tinha como destino o Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, mas precisou fazer um pouso de emergência em Manaus devido a problemas técnicos.
Lá, a Polícia Federal identificou que o Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês) havia algemado os brasileiros, que também reclamavam de maus tratos e de muito calor.
O fato foi informado ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que exigiu que os brasileiros fossem libertados das algemas. Lula então determinou que uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse mobilizada para transportar os brasileiros até o destino final.
A prática de transportar os deportados algemados é comum pelos Estados Unidos, embora o governo brasileiro tenha pedido sejam algemados apenas os deportados que possam apresentar uma ameaça. Autoridades norte-americanas têm ignorado as solicitações. Desde 2020, o governo dos EUA deportou cerca de 7.700 brasileiros em cerca de 95 voos.
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