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  • Enquanto muitos países já adotaram as medidas de contenção recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para prevenir a propagação do coronavírus e tentar reduzir o número de contágios, subsistem alguns outros que ainda resistem à implementação do isolamento social e do lockdown temporários. O Brasil é um desses países e o respetivo presidente Jair Bolsonaro tem assumido uma posição contra o encerramento das escolas e do comércio desde o início da pandemia. Foi precisamente no Brasil – e, entretanto, também já chegou a Portugal – que surgiu um vídeo onde é alegado que a OMS voltou atrás nas recomendações, depois de ter havido um surto de fome entre os países em lockdown. O vídeo em causa é uma versão mais curta do episódio de 30 de março do “Papo conservador com Gustavo Gayer”, no qual o professor e youtuber apresenta um excerto da conferência de imprensa do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, realizada no mesmo dia mesmo dia. Na introdução, Gayer acusa os políticos “do centrão e da esquerda” e os jornalistas de serem os inimigos do Brasil por quererem “destruir” a soberania do país, sujeitando-o ao que considera serem “ordens da OMS”. [facebook url=”https://www.facebook.com/sargentoclaudineioficial/videos/677539489717073/”/] “O diretor-chefe da OMS é Tedros Adhanom. Só que o problema é que esse cara, ele não é médico. Nós estamos querendo receber ordens num momento de crise, de pandemia do mundo, de um cara que não é médico, que só chegou a essa posição porque ele foi colocado lá pelo partido comunista chinês”, afirma Gayer. E continua: “A OMS fez uma recomendação, uma orientação, do isolamento horizontal, só que aí eles viram que fizeram merda, porquê? Porque muita gente começou a passar fome. Hoje numa entrevista para a imprensa ele mudou o seu ponto de vista depois de ter visto que fez besteira”. Segue-se o trecho da conferência de imprensa da OMS, onde Ghebreyesus afirma que durante o lockdown, os países devem pensar em aplicar formas de auxiliar financeiramente a população trabalhadora afetada por estas medidas. “Alguns países têm um sistema de auxílio social forte, e alguns países não têm. Eu sou de África, como sabem, e eu sei que muitas pessoas têm de trabalhar todos os dias para ganhar o seu pão diário. E os governos têm de levar esta população em conta, ok? Se fecharmos ou limitarmos movimentações, o que acontecerá com estas pessoas que têm de trabalhar todos os dias e têm de ganhar o pão de cada dia, todos os dias? Então cada país, baseado na sua situação, deveria responder a esta questão”. As declarações do diretor-geral da OMS foram retiradas do contexto, de forma a transmitir a mensagem de que a OMS estaria a recuar nas diretrizes de isolamento social e, como tal, a apoiar a posição de Jair Bolsonaro. Mesmo antes da intervenção de Ghebreyesus, Michael Ryan, diretor-executivo da OMS, respondia a um jornalista sobre a crise migratória que que está a acontecer na Índia, afirmando que “cada Governo tem de escolher o balanço entre o que é aconselhado às comunidades e o que é, de algum modo, um lockdown imposto. Qualquer que seja a escolha é realmente importante que a comunicação e a aceitação por parte da comunidade seja a preocupação central do governo. É impossível ter uma restrição de movimentos efetiva sem que a comunidade aceite essa restrição de movimentos a todos os níveis”. Ryan admitiu que “estas medidas são difíceis, não são fáceis e estão a magoar pessoas”, mas também reforçou que “a alternativa é ainda pior”. Além disso, o próprio diretor-geral da OMS esclareceu a questão que surgiu em torno das declarações proferidas na conferência de imprensa, através de uma publicação na sua conta no Twitter. “Pessoas sem um salário regular ou sem uma almofada financeira merecem políticas sociais que garantam a sua dignidade e que lhes permitam cumprir as medidas de segurança pública do COVID-19 aconselhadas pelas autoridades nacionais de saúde e pela OMS”, escreveu Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Eu cresci pobre e compreendo esta realidade. Eu peço aos países que desenvolvam políticas que providenciem proteção económica para as pessoas que não conseguem receber ou trabalhar devido à pandemia do COVID-19. Solidariedade!”, acrescentou. [twitter url=”https://twitter.com/DrTedros/status/1245013146256973834?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1245013146256973834&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.boatos.org%2Fsaude%2Foms-volta-atras-da-razao-bolsonaro-pede-fim-isolamento-social-quer-pessoas-voltem-trabalho.html”/] Em relação às acusações de que Ghebreyesus “não é médico” e de “que só chegou a essa posição porque ele foi colocado lá pelo partido comunista chinês”, são falsas. O diretor-geral da OMS foi eleito de entre um conjunto de candidatos durante a 17.ª Assembleia de Saúde Mundial para um mandato de cinco anos, tendo sido “a primeira pessoa da Região Africana da OMS a servir como chefe técnico da OMS e oficial administrativo”, segundo a biografia publicada pela OMS. Com um doutoramento em Comunidade de Saúde e um mestrado em Imunologia e doenças Infeciosas, Ghebreyesus foi ministro da Saúde (2005-2012) e ministro dos Negócios Estrangeiros (2012-2016) na Etiópia, o seu país de origem. Concluindo, as declarações do diretor-geral da OMS não significam que a organização tenha voltado atrás nas recomendações de lockdown e isolamento social, mas sim um alerta para os governos investirem em políticas de proteção social para os trabalhadores. Avaliação do Polígrafo:
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