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| - “Sobre a privatização, o processo já está a correr mal, porque está a correr há praticamente um ano e não há sequer um decreto-lei. Pior, a Evercore, que foi a empresa escolhida para vender a TAP, está há nove meses a trabalhar sem contrato. Eu não sei se isto é ilegal, podem até procurar porque é capaz de dar mais um problema. Mas altamente irregular é, temos uma empresa a prestar serviços à TAP que está há nove meses sem contrato”, denunciou o deputado liberal Bernardo Blanco durante um debate realizado na passada segunda-feira na SIC Notícias.
À sua frente estava Carlos Pereira, o deputado socialista que reuniu com Christine Widener, CEO da TAP, na véspera da sua audição no Parlamento, e que desvalorizou a situação: “O que me parece muito evidente é que a Iniciativa Liberal nunca gostou da ideia de que o país salvasse a TAP e que o PS tomasse essa decisão, portanto estiveram sempre contra. Isto é o corolário eleitoral de quem não gosta da situação em que estamos nem dos resultados que temos.”
Na última terça-feira (4), na Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP, a CEO da companhia, Christine Ourmières-Widener, foi ouvida no Parlamento e questionada por Bernardo Blanco sobre o processo de privatização da TAP. De acordo com a gestora, o mesmo ainda não tinha começado, mas já havia trabalho a ser feito.
Depois da pergunta do liberal – “o que é que a Evercore faz?” -, Christine Widener explicou: “A empresa tem experiência neste tipo de transação, deram exemplos e foram informando o Governo da estrutura, do processo, dos requisitos que nos eram impostos por outros Governos, e para saber em que medida é que esta orientação estratégica já tinha sido útil noutras situações. E recolhe informação junto de potenciais interessados na TAP para ajudar o Governo.”
Sem perceber exatamente a função da empresa, que afinal ainda não estava ainda a tratar da “privatização”, o deputado afirmou: “Concluindo, a Evercore está a fazer isso tudo há nove meses sem um contrato assinado com a TAP.” A gestora confirmou, referindo que também ela esperava que a privatização tivesse arrancado mais cedo, mas que isto acontece “muitas vezes” e que “as coisas demoram o seu tempo”.
Ao Polígrafo, fonte oficial da TAP confirma que o contrato só será assinado “quando começar o processo de privatização”, não oferecendo qualquer previsão temporal. Além disso, a companhia aérea esclarece que, durante os últimos nove meses, não foi feito nenhum pagamento à Evercore que, de resto, tem trabalhado para o Governo na recolha de informação sobre outros processos de venda.
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