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| - Não é identificada qualquer fonte e o gráfico parece mesmo ter sido adulterado, tal como o Polígrafo já verificou este ano. Nessa altura, o recorte divulgado incluía a indicação da base de dados “Our World In Data” e o alerta seguia para a elevada percentagem de portugueses que, em 2019, vivia com “menos de 30 dólares por dia”.
O gráfico é o mesmo e Portugal volta a surgir a vermelho, com uma percentagem de 62,77%. Ou seja, mais de metade da população viveria abaixo desse limiar (agora disposto em euros) há três anos. O cenário é mais positivo quer em Espanha quer na França, que a verde e a azul têm percentagens de 44,31% e de 20,11%, respetivamente.
De facto, a base de dados “Our World In Data“, da Universidade de Oxford, Reino Unido, contém um separador dedicado a esta variável e que abrange todos os países ao nível mundial. Segundo o gráfico original, os dados são medidos em dólares internacionais e em Paridade do Poder de Compra (PPC), o que significa que são “ajustados para disparidades entre países e para a inflação“.
À data em que é redigido este artigo, 30 dólares equivalem a 28,55 euros. No entanto, em 2019, ano a que reportam os dados, os mesmos 30 dólares equivaliam a sensivelmente 26,7 euros, o que justifica os “menos de 27 euros” por dia.
O polígrafo analisou gráfico original, que em nada se parece com o divulgado, confirma-se que é realmente verdade que Portugal registou, em 2019, uma percentagem de 62,77% da população a viver abaixo deste limiar. Em 1984, esta variável cifrava-se nos 90,2% e, a partir de 2000, o seguinte máximo histórico foi atingido em 2012, com 74,25% da população a viver com menos de 30 dólares por dia.
Embora não seja um cenário positivo, o facto é que uma visão estatística global não deixa Portugal nos piores lugares. Nem sequer ao nível europeu. Países como a Ucrânia (95,07%), a Moldávia (98,8%), a Sérvia (93,77%), a Macedónia (97,21%), a Albânia (98,89%), o Kosovo (98,81%) e até a Rússia (84,19%) ou a Polónia (88,22%) registaram percentagens bastante mais elevadas no mesmo período.
No extremo oposto destacam-se países como a Islândia (9,42%) e a Noruega (7,43%). Também os países mencionados no post registaram percentagem relativamente baixas em comparação com Portugal. Desde logo a França que caiu bastante desde 1981 e registou em 2019 os já referidos 20,11%. A vizinha Espanha, que em 1981 tinha 89,23% da população a viver abaixo do limiar dos 30 dólares diários, conseguir baixar até aos 44,31% em 2019.
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Avaliação do Polígrafo:
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