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| - “Como somos enganados sem perceber. A Becel [marca de creme vegetal] que tinha uma embalagem de 500 gramas alterou o peso para 450 gramas e subiu o preço quase para o dobro, de aproximadamente 3,50 euros para mais de 5 euros, diminuindo a quantidade em 50 gramas, mas mantendo a dimensão e forma e até design da embalagem”, acusa-se numa publicação no Facebook que no dia 27 de agosto já tinha sido partilhada mais de 11 mil vezes.
Alega-se ainda que a marca manteve a embalagem e diminuiu a quantidade do produto em 50 gramas, “passando a 400 gramas”. E alerta-se para a “venda em simultâneo das embalagens de 400 e 450 gramas, no mesmo limiar ao mesmo preço em ponto de venda”.
“Mais ainda, será que para o ano compramos só a embalagem de meio quilo já sem produto? Já que as 500 passaram a 450 e já são só 400 gramas sem que o consumidor tenha real perceção disso, pois a dimensão da embalagem não muda e ninguém vai ler a gramagem no ato de compra”, destaca-se ainda no post, onde são divulgadas fotografias das embalagens de creme vegetal para barrar em causa.
No decorrer da realização deste artigo, a publicação viral foi eliminada pelo próprio autor, o qual esclareceu que o texto refletia apenas a sua “opinião e indignação” enquanto consumidor da marca. Ou seja, ao contrário do que começou a ser divulgado nos comentários deste post e de publicações paralelas, nunca referiu a prática de qualquer ato ilícito praticado pela marca em causa. “O produto é seu e como tal pode vender e comercializar ao preço que bem entender”, esclareceu ainda.
Apesar deste esclarecimento posterior (com pouco alcance e reações) e da eliminação da publicação original, são muitos os posts que replicam na totalidade o conteúdo e imagens da publicação original que se tornou viral.
Ao Polígrafo, fonte oficial da Upfield, empresa do ramo alimentar que detém a marca, confirma que teve de “reduzir a quantidade (peso) de algumas referências” dos seus produtos, “como é o caso da Becel”. No entanto, garante que esta alteração “está claramente descrita nas embalagens, no site e na prateleira dos retalhistas“.
“Como muitas empresas do ramo alimentar, temos verificado aumentos significativos nos custos dos ingredientes e commodities (incluindo plástico, combustível, alumínio, etc) nos últimos meses, o que afetou o fornecimento e aumentou os custos de fabrico”, informa a mesma fonte. E acrescenta que para esta redução teve lugar “para continuar a fornecer aos consumidores produtos acessíveis e de qualidade” e “minimizar o aumento de preços, garantindo que os processos de fabrico e operação sejam tão eficientes quanto possível”.
No caso específico da Becel, a Upfield explica que “a redução foi de 50 gr, de 450gr para 400 gr” e que as embalagens anteriores à alteração foram mantidas “para minimizar o aumento de preços ao consumidor evitando novos processos com novas embalagens”. Em relação ao preço de venda (PVP), mencionado na publicação viral, a empresa refere que, embora o possa recomendar, “o preço final de venda dos nossos produtos fica sempre ao critério de cada retalhista”.
Fonte oficial da Deco Proteste explica que estamos perante a prática de “reduflação” e garante que esta “não é ilegal desde que a informação no rótulo esteja correta“. Segundo a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, “muitas vezes o consumidor sente-se enganado com estas subidas de preço que acha serem disfarçadas“. Além disso, esclarece que não tem dados sobre o tema em concreto, uma vez que não recebeu qualquer reclamação ou relato.
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