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| - Não é atual e nem direcionado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o desabafo de uma mulher sobre o sentimento de vergonha em razão da escolha política que fez, como fazem crer publicações nas redes. O registro é de maio de 2020, e a opinião foi direcionada ao governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), reeleito em 2022. Na época, ele assinou decreto que restringia o comércio, como forma de conter o avanço da pandemia de Covid-19.
Publicações com a atribuição enganosa acumulavam 500 mil visualizações no TikTok, 100 mil no Kwai, além de centenas de compartilhamentos no Facebook nesta quarta-feira (15).
Posts nas redes enganam ao difundir um vídeo em que uma mulher, não identificada pelo Aos Fatos, afirma sentir vergonha do político em quem votou, como se o desabafo fosse recente e direcionado ao presidente Lula, o que é falso. O registro original foi publicado em 17 de maio de 2020, pelo Portal CM7, no YouTube, e a fala da mulher é direcionada ao governador amazonense Wilson Lima.
Na ocasião, a mulher e outros moradores do bairro Compensa, em Manaus, criticaram o governador por um decreto que suspendia o funcionamento de setores do comércio em razão da pandemia de Covid-19.
“Ele tinha que dar orgulho pra gente, mas ele não está dando orgulho nem ou não. Ele está envergonhando os amazonense [sic]. Ele tinha que botar um óculos na cara e sair na rua pra ver o que que o povo está fazendo. Não é só ficar dentro de casa comendo picanha não”, disse a mulher. A fala completa pode ser acompanhada a partir de 5m9s (veja abaixo):
Em 13 de maio de 2020, o governador Wilson Lima editou um decreto prorrogando os prazos de suspensão do funcionamento de todos os estabelecimentos comerciais e de serviços não essenciais à recreação e lazer, o que incluía igrejas e academias. Comerciantes e prestadores de serviço autônomo, no entanto, podiam fazer atendimentos em domicílio. Também foi suspenso o transporte terrestre intermunicipal e interestadual, público e privado. A norma determinava ainda o uso obrigatório de máscara.
O governo publicou cinco decretos com medidas de isolamento social no início da pandemia, entre 16 e 31 de março de 2020, que foram prorrogados de 15 em 15 dias, até 1º de junho, quando houve uma reabertura gradual. Em janeiro de 2021, o sistema de saúde amazonense colapsou, quando as unidades de saúde ficaram sem oxigênio para atender pacientes graves infectados pelo vírus.
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