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| - É um monte de lixo deixado no chão da avenida Guerra Junqueiro, perto da Praça de Londres, em Lisboa. Entre o lixo destacam-se vários cartazes com mensagens ou palavras de ordem ecologistas: “Não furem o futuro“; “Contra a precariedade ambiental“; “Justiça climática já!“; entre outras.
A imagem em causa tornou-se viral nas redes sociais ao longo dos últimos dias, após as manifestações no âmbito da Greve Climática Global, a 27 de setembro. Nas mensagens e comentários que acompanham as múltiplas publicações da imagem não há dúvidas de que se trata de lixo deixado no chão pelos jovens manifestantes contra as alterações climáticas, motivando acusações de “hipocrisia” ou “pseudo-moralismo“.
Ora, essa imagem é autêntica e foi captada após as referidas manifestações?
O Polígrafo analisou a imagem através de várias aplicações e verificou que a mesma foi originalmente publicada na página de um fórum do Reddit, no dia 4 de maio de 2018. Ou seja, há cerca de 17 meses.
Atendendo aos comentários publicados nesse fórum – e consultando as notícias dessa altura – concluímos também que os cartazes da imagem eram os “despojos” de uma manifestação contra o furo de prospecção de petróleo em Aljezur que se realizou no dia 14 de abril de 2018. Daí que alguns dos cartazes tivessem palavras de ordem contra o “furo”, ou exigindo que “deixem o gás debaixo do mar”.
“O protesto visa a alteração da decisão de prolongar até final de 2018 o contrato de prospecção, pesquisa, desenvolvimento e produção de petróleo do consórcio internacional ENI/Galp em três concessões no oceano Atlântico, que incluem a realização de um furo de prospecção, em águas profundas, a cerca de 46 quilómetros de Aljezur”, noticiou a Agência Lusa, alguns dias antes da referida manifestação em Lisboa.
Em suma, a imagem viral de lixo deixado no chão – supostamente pelos jovens manifestantes contra as alterações climáticas – em Lisboa foi captada há quase um ano e meio, embora seja partilhada como se fosse recente, de há poucos dias, logo após a manifestação de 27 de setembro de 2019. Está assim a reproduzir desinformação em massa e importa sinalizar que se trata de uma falsidade.
Atualização: Na sequência da publicação deste artigo fomos contactados por Luísa Ribeiro, a autora da fotografia em causa. “Foi tirada no dia 1 de maio de 2018, ao fim da tarde, no cruzamento da avenida Guerra Junqueiro com a Alameda, em Lisboa, e publicada no meu Facebook no dia seguinte de manhã, precisamente com essa indicação”, explicou Luísa Ribeiro. Ou seja, é essa a origem da fotografia em causa que depois foi partilhada, a 4 de maio de 2018, na página de um fórum do Reddit, sem qualquer indicação quanto à autoria da mesma.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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