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| - “Precisamos de capital, mas desprezamos os capitalistas. Precisamos de poupança, mas estimulamos o consumo. Precisamos de horas de trabalho, mas reduzimos o tempo de trabalho. Precisamos de produtividade, mas detestamos a flexibilidade. Precisamos de gerações mais novas a trabalhar, mas defendemos a antiguidade. Precisamos de sangue novo na decisão, mas recorremos a senadores, ou jovens envelhecidos que perpetuam os modelos gastos e falhados. Precisamos de um Estado leve, ágil e preparado, e sai-nos na rifa um Estado caro, anafado, e ignorante sobre o que fazer”, destaca-se na publicação em causa, atribuindo esta série de citações a “Vasco Pulido Valente / Expresso”.
As referidas citações são autênticas ou apócrifas?
Não encontramos qualquer registo de que Vasco Pulido Valente tenha alguma vez escrito algo similar, nem no jornal “Expresso”, nem em qualquer outro jornal ou revista. O mesmo se aplica aos vários livros do historiador, cronista e investigador.
Na verdade, estas citações são retiradas de um artigo de opinião de Jorge Marrão, publicado no “Jornal de Negócios”, edição de 14 de junho de 2016.
“A ideologia prevalecente do crescimento borregou. O recentrar no capitalismo (eufemisticamente economia de mercado), quer este seja selvagem, domado, espartilhado ou livre, será decisivo. Precisamos de capital, mas desprezamos os capitalistas. Precisamos de poupança, mas estimulamos o consumo. Precisamos de horas de trabalho, mas reduzimos o tempo de trabalho. Precisamos de produtividade, mas detestamos a flexibilidade. Precisamos de gerações mais novas a trabalhar, mas defendemos a antiguidade. Precisamos de sangue novo na decisão, mas recorremos a senadores, ou jovens envelhecidos que perpetuam os modelos gastos e falhados. Precisamos de um Estado leve, ágil e preparado, e sai-nos na rifa um Estado caro, anafado, e ignorante sobre o que fazer”, escreveu Marrão.
A publicação sob análise difunde assim citações apócrifas, envolvendo o nome de Vasco Pulido Valente que faleceu em fevereiro de 2020.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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