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| - É uma publicação de 2017 na página “Direita Política, mas continua a ser difundida nas redes sociais, muitas vezes como se fosse atual. “Refugiado recebia 875 euros por mês e planeava um atentado terrorista“, destaca-se no título.
No texto indica-se que “875 euros era quanto recebia este terrorista, enquanto planeava a matança e não fazia absolutamente nada. Os nossos líderes europeus estão de parabéns… Pagam-lhes para nos matarem. Quantos mais haverá por aí como este? Ahmed Bourguerba é argelino (‘refugiado’ com passaporte ‘sírio’, claro), foi preso em julho, por preparação de atentados terroristas… Estava a receber 625 euros de subsídio pago pela Segurança Social (para ‘ajuda de integração’) mais 250 euros para comparticipação em alojamento”.
A autora do texto, Vanda Lopes, conclui da seguinte forma: “O nosso país realmente é uma coisinha espantosamente estúpida. Quer dizer, esse tipo recebia mais do que eu que trabalho desde os 18 anos e desconto todos os meses. Incrível mesmo! Cada vez gosto mais do meu país! E cada vez me apercebo mais que o crime realmente compensa”.
Confirma-se que um refugiado em Portugal recebia 875 euros de subsídio de integração e foi preso por planear atentado terrorista? Verificação de factos.
Ahmed Bourguerba é um imigrante argelino (e não refugiado) que residia em Bilbau, País Basco, Espanha, tendo sido detido pelas autoridades e condenado a três anos e meio de prisão por “auto-doutrinação jihadista“.
A detenção ocorreu em julho de 2015 e, no início de 2017, foi noticiado por vários jornais espanhóis que Bourguerba recebia 625 euros de subsídio de garantia de rendimento (“Renta de Garantía de Ingresos”, na língua original) e mais 250 euros para apoio ao arrendamento de uma casa.
Em suma, a informação veiculada pela publicação em análise está correta, excepto no que respeita à descrição do visado como um refugiado. O problema é que este caso não ocorreu em Portugal, mas em Espanha. No título omite-se essa informação e no texto verifica-se uma clara intenção de induzir o leitor em erro, com as referências ao “nosso país“. Trata-se de manipulação e desinformação.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam naquela rede social.
Na escala de avaliação do Facebook este conteúdo é:
Falso: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo este conteúdo é:
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