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| - “Um estudo científico de extremo interesse que muda toda a narrativa sobre os indivíduos assintomáticos, os que contraíram a Covid-19 mas não apresentam sintomas da doença, foi recentemente publicado pela ‘Elsevier’, uma das principais (se não a principal) editoras médicas e científicas do mundo”, indica-se no texto da publicação em causa.
“No total, 455 pessoas, incluindo pessoal hospitalar, pacientes e familiares entraram em contacto com a mulher contagiada. E os resultados obrigam a refletir: nenhuma destas pessoas contraiu a infecção por Covid-19 e, por conseguinte, as conclusões desta investigação confirmam, de facto, a total futilidade das medidas de precaução tomadas pelos vários governos do mundo”, conclui-se.
Verdade ou falsidade?
O estudo científico indicado na publicação existe mesmo e apresenta o seguinte título: “Um estudo sobre infecciosidade de portadores assintomáticos de SARS-CoV-2“. Foi publicado na revista “Elsevier”, edição de 13 de maio de 2020.
A investigação baseou-se no caso de uma mulher de 22 anos de idade que deu entrada num serviço de urgências em Cantão, na China. Queixava-se de falta de ar que se tinha agravado no último mês. Os médicos atribuíram os sintomas a um problema cardíaco congénito que a paciente já tinha há muitos anos. Depois de melhorar foi transferida para outro hospital, onde fez o teste ao novo coronavírus que deu positivo.
Não tendo sintomas relacionados com a Covid-19, foi classificada como assintomática. Os investigadores traçaram o percurso da paciente e concluíram que tinha estado em contacto com 455 pessoas: 35 pacientes, 224 profissionais de saúde e 196 familiares. Além dos profissionais de Saúde, tanto os pacientes como os familiares da paciente assintomática foram isolados. No entanto, nem as imagens tomográficas nem os testes realizados mostraram sinais de infeção por Covid-19 em nenhuma dessas 455 pessoas.
Os investigadores concluíram que “a infecciosidade de alguns portadores assintomáticos de SARS-CoV-2 pode ser fraca“. Contudo, a publicação sob análise extrapola esta conclusão, abrangendo todos os assintomáticos em geral, algo que não está comprovado no estudo. Trata-se portanto de uma alegação falsa.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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