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| - É um post de 17 de março no Facebook, com algumas dezenas de partilhas, e que cita ipsis verbis as supostas palavras de um grupo de estudantes russos da Universidade Estatal de Moscovo – Lomonosov:
“‘Nós, estudantes, estudantes de graduação, professores, funcionários e graduados da mais antiga universidade da Rússia, Universidade Estatal de Moscovo com o nome de M.V. Lomonossov, condenamos categoricamente a guerra que o nosso país desencadeou na Ucrânia. A Rússia e os nossos pais deram-nos uma educação forte, cujo verdadeiro valor reside em podermos avaliar criticamente o que está a acontecer ao redor, pesar argumentos, ouvir-nos uns aos outros e sermos fiéis à verdade – científica e humanista.”
Se a transcrição estiver correta, não há qualquer referência a Vladimir Putin no manifesto dos estudantes. A mesma é feita unicamente pelo autor da publicação que refere que o “anticristo Putin” e a sua “corja criminosa” não devem ser confundidos com o “povo russo”. Isto no caso de estar “bem informado” e, subentenda-se, de a sua publicação transmitir informação verdadeira.
Num artigo de 4 de março deste ano, o jornal britânico “The Guardian” noticiava que as universidades no Reino Unido estariam a preparar-se para o possível impacto das sanções contra a Rússia. Mais à frente, destaque para académicos russos, “milhares dos quais assinaram cartas abertas opondo-se à guerra“, que terão dito que “as suas relações internacionais estão a romper-se”.
A “carta” foi, ainda segundo o “The Guardian”, assinada por quatro mil académicos, estudantes e graduados da Universidade Estatal de Moscovo, que condenavam “categoricamente” a guerra em curso na Ucrânia. Citação do jornal britânico inclui frases como: “Não há espaço para eufemismos ou desculpas. A guerra é violência, crueldade, morte, perda de entes queridos, impotência e medo que não podem ser justificados por nenhum objetivo.”
Consultando o link para o qual nos remete o artigo mencionado, verifica-se que se trata de uma página associada, de facto, à Universidade Estatal de Moscovo, e que o conteúdo da carta corresponde àquele que foi traduzido para a publicação em análise.
Além da parte inicial que já aqui incluímos, o manifesto descarta a hipótese de se tratar de uma “operação militar especial“, condenando-a como uma “guerra”, sendo que este “é o ato mais cruel de desumanização e que, como estudamos dentro dos muros das escolas e da universidade, nunca deve ser repetido”.
“Os valores da vida humana absoluta, humanismo, diplomacia e resolução pacífica de contradições, que absorvemos na universidade, foram descartados quando a Rússia invadiu traiçoeiramente o território da Ucrânia. A vida de milhões de ucranianos tem sido ameaçada a cada hora desde a invasão das forças militares da Federação Russa na Ucrânia”.
Por isso, o coletivo de estudantes expressa apoio ao povo ucraniano e reconhece que “as perdas infligidas durante os seis dias de uma guerra sangrenta – antes de tudo, humanas, mas também sociais, económicas, culturais – são insubstituíveis. Também sabemos que a guerra é uma catástrofe humanitária, mas não podemos imaginar a profundidade da ferida que nós, como povo da Rússia, estamos a infligir ao povo da Ucrânia e a nós mesmos neste momento”.
Atualização no portal onde se encontra o apelo revela que este foi assinado até à 00h10 de 5 de março de 2022 por mais de 7.500 pessoas.
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Avaliação do Polígrafo:
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