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| - Na intervenção de abertura do debate de urgência sobre a degradação dos cuidados de saúde primários e o número de utentes sem médicos de família, requerida pelo Bloco de Esquerda, Catarina Martins priorizou problemas como o tempo de espera para consultas e cirurgias e a dificuldade do acesso a cuidados de saúde: “Quem consegue, e tantas vezes com enorme sacrifício, paga do seu próprio bolso consultas fora do Serviço Nacional de Saúde. Não é por acaso que Portugal é dos países onde mais se gasta em saúde paga do próprio bolso. Quem não consegue pagar fica desacompanhado.”
Será assim?
O portal de estatísticas da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) mostra que, em 2020, último ano com dados disponíveis para todos os países, os portugueses foram mesmo um dos povos onde a despesa privada com saúde mais pesou nas famílias (35,5% de todos os gastos com saúde do país). Acima de Portugal, no quinto lugar, ficaram apenas a Letónia, a Coreia do Sul, a Grécia e o México. Em 2021, segundo dados provisórios também da OCDE, este valor subiu para 36%, ou seja, 0,5 pontos percentuais.
Mais demonstrador ainda dos gastos privados com saúde será olhar para este indicador em % do PIB: nesse caso, Portugal é mesmo o país onde mais se gasta com pagamentos diretos por serviços de saúde, seguros de saúde voluntários, pagamento de consultas ou exames no setor privado e até taxas moderadoras nas urgências hospitalares.
No que toca aos seguros de saúde, por exemplo, os portugueses gastaram, em 2020, 7,7% da despesa total do país com saúde: é mais do que a maior parte dos países da OCDE no mesmo ano, tendo colocado Portugal na primeira metade da tabela, ao lado de países como a Colômbia, a Polónia, o México, a Coreia do Sul ou a Eslovénia, que ocupa o primeiro lugar do ranking.
Avaliação do Polígrafo:
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