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  • “Praça de Touros de Santarém”. Esta é a legenda que acompanha uma fotografia panorâmica alegadamente captada na praça de touros Monumental Celestino Graça, em Santarém, que se espalhou nos últimos dias pelas redes sociais, a par de várias outras imagens dos mesmo evento. Nos comentários à publicação manifesta-se indignação relativamente a um suposto incumprimento das regras de distanciamento físico ou social em vigor, no âmbito da pandemia de Covid-19. “Na praça de touros, não há Covid. Amanhã já vai tudo para o hospital, alguns de quarentena, a moda pegou”, lê-se num dos comentários. As imagens em causa são recentes e autênticas? Sim. As fotografias foram captadas durante a primeira corrida de touros realizada em Santarém após a paragem provocada pela crise de saúde pública originada pelo novo coronavírus. O espetáculo começou às 17h00 de sábado, 26 de setembro, e do cartaz fizeram parte os cavaleiros António Ribeiro Telles, João Moura Júnior e Francisco Palha, além dos Forcados Amadores de Santarém e de Montemor-o-Novo. Ao longo do fim-de-semana foram várias as publicações relativas ao mesmo espetáculo tauromáquico que se disseminaram nas redes sociais. Numa delas questionava-se o facto de ser permitido público nas corridas de touros, ao contrário do que acontece no futebol, à excepção do futebol não profissional nos Açores. AAutoridade de Saúde Regional dos Açores autorizou a presença de público nos recintos desportivos até 10% da lotação dos espaços, mediante o uso de máscara e distanciamento até dois metros entre os espectadores. “Nada contra haver público noutros espetáculos. Mas as contradições e as diferenças de tratamento perante o futebol são incompreensíveis…”, lê-se na legenda que acompanha a fotografia. Ao Polígrafo, fonte oficial da Associação Praça Maior garante que foram criadas as “condições descritas no Plano de Contingência para que o público cumpra o distanciamento social preconizado”. “Nesse sentido, todos os lugares indisponíveis foram marcados [50% da lotação], os corredores foram marcados [com circuitos de circulação e marcas de distanciamento] e todos os pontos de possível aglomeração foram marcados com marcas de distanciamento social”, garante a mesma fonte. Durante o espetáculo, sublinha a organização, foram ainda “tomadas todas as medidas previstas: sensibilização pelas equipas de assistentes de recinto, aviso por parte das autoridades e avisos regulares por parte do speaker da praça no sistema de som da mesma”. No site da Praça Maior pode ler-se que a praça Celestino Graça “viu aprovada a utilização do selo ‘Clean & Safe’ para Recintos de Espetáculos de Natureza Artística” e apresentam-se as medidas que devem ser cumpridas pelos espectadores, explicando-se ainda que a corrida de dia 26 seguia todas as indicações da Direção-Geral da Saúde (DGS) e da Inspeção-Geral das Atividades Culturais (IGAC). No dia 11 de julho, o IGAC apresentou uma atualização às medidas dos espetáculos tauromáquicos em que se determina que “deve ser garantida a existência de um lugar de intervalo entre cada lugar ocupado [excepto se coabitantes], cumprindo sempre que possível o distanciamento de um metro entre cada pessoa, na mesma fila”, o que resulta na possibilidade de ocupação das praças em cerca de metade da lotação. Ficou ainda definido que “nas praças onde a distância entre filas é inferior a 80 centímetros deve ser garantida uma fila livre entre cada fila ocupada”. Nas imagens a circular é possível ver que existem filas em que os lugares estão ocupados de forma sucessiva. Ainda assim, e como não é possível verificar se estas pessoas partilham ou não a mesma habitação, não se pode confirmar que estamos perante um incumprimento flagrante das normas. Nas respostas ao Polígrafo, a mesma fonte da Praça Maior garantiu “não ter reporte por parte da Polícia de Segurança Pública, que esteve presente com o triplo dos efetivos habituais, da necessidade de alguma expulsão do recinto por incumprimento reiterado das regras”. ______________________________ Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social. Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é: Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos. Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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