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| - “Ao longo dos anos, a democracia construiu-se também no combate à corrupção, construiu-se também em mais transparência, em que todos nós pudéssemos ser escrutinados quando escolhemos vir para estas funções e estar ao serviço dos portugueses. Porque é isso que se exige de uma República. E uma República decente faz aquilo que tem de fazer. Discute as leis no sítio próprio, elabora as leis no sítio próprio. No caso das incompatibilidades, compete à Assembleia da República fazê-lo”, defendeu hoje a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, em debate parlamentar agendado pelo Chega, no âmbito de uma “interpelação sobre os sucessivos casos de alegadas incompatibilidades e conflitos de interesses que envolvem vários ministros do Executivo”.
“No caso do combate à corrupção, empenhámo-nos todos ao longo dos anos. E demos passos significativos na última legislatura, na aprovação da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção. Aliás, nesse pacote, senhor deputado [André Ventura] – é bom lembrar-lhe e ainda bem que o trouxe ao debate -, foi discutido também um diploma sobre o alargamento das obrigações declarativas dos titulares de cargos públicos e políticos. E foi votada por unanimidade nesta Assembleia da República, em novembro de 2021. O único deputado que faltou a essa sessão – e que hoje aqui enche o peito e engrossa a voz, permitam-me esta expressão, sobre a transparência, a necessidade de fazer mais – foi o senhor deputado André Ventura que faltou a essa votação”, acusou a atual governante que, no final de 2021, ainda liderava a bancada parlamentar do PS.
Tem razão?
De facto, no dia 19 de novembro de 2021, o denominado “pacote anticorrupção” foi aprovado por unanimidade na Assembleia da República, excetuando apenas o então deputado único do Chega, devido a ausência.
Ventura já tinha faltado à reunião plenária do dia anterior, quando publicou no Instagram uma fotografia em que aparece num grupo de líderes europeus de extrema-direita, membros do grupo Identidade e Democracia (ID).
“Uma reunião de líderes do ID, em Bruxelas, com a participação do Chega na reflexão sobre os grandes desafios da Europa. Recebemos um enorme e extraordinário apoio de todos para as eleições de 30 de janeiro”, escreveu o próprio líder do Chega, nessa publicação.
Foi esse o motivo pelo qual Ventura não marcou presença na Assembleia da República, nos dias 18 e 19 de novembro de 2021, falhando assim a votação do “pacote anticorrupção”.
E como era deputado único do Chega, o partido ficou sem qualquer representante na votação.
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Avaliação do Polígrafo:
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