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  • Uma publicação feita no Facebook pretende passar a ideia que a polícia francesa tem uma intervenção musculada perante a desobediência dos jovens parisienses no metro que estariam “sem máscara a cuspir na cara uns dos outros”, mas nem as imagens são de Paris — ou qualquer outra cidade francesa — nem o motivo para a ação foi a falta de máscaras nos utilizadores do metro. Por partes, as imagens em causa foram registadas nos primeiros dias de outubro, na Roménia. E os “jovens sem máscara”, segundo a imprensa local são afinal membros da claque do Steaua Bucareste que estavam referenciados como violentos e sob os quais caía a suspeita que transportavam armas brancas. Na era em que tudo é partilhado ao segundo nas redes sociais, rapidamente choveram críticas à violenta operação da polícia romena, que foi acusada de excesso de força na operação e de gerar “o pânico” junto das pessoas que usavam o metro para se deslocar naquele dia. Uma das partilhas do vídeo foi feita a 3 de outubro pelo partido recentemente criado na direita, Alternativa Dreaptă, que criticava a atuação das forças policiais que “já esqueceram a presunção de inocência” e incentivava as pessoas envolvidas e detidas pela polícia a avançar com processos contra a atuação desta. No dia anterior, data em que aconteceram efetivamente as detenções no metro, já a agência de notícias romena dava conta da detenção de cerca de 30 adeptos do clube depois de se terem envolvido em confrontos com adeptos do Dínamo de Bucareste e — no momento em que a polícia tentava terminar com as agressões — terem agredido também agentes da polícia. Em comunicado a polícia romena justificava a atuação no metro: “O grupo de apoiantes do Steaua regressou à estação de metro Ştefan cel Mare e, no momento de conduzir os adeptos, dois polícias foram atingidos, sendo necessária intervenção para imobilizar e deter os agressores”. E é essa “imobilização e detenção dos agressores” que é visível nas imagens que já foram partilhadas várias vezes e em vários países com a mesma versão que aqui se analisa: a polícia francesa age em força quando há pessoas a desrespeitar a obrigatoriedade de usar a máscara em determinados espaços. Mas o facto de o vídeo do momento das detenções ter circulado e causado alguma inquietude no país obrigou a polícia local a, já depois de ter prestado as primeiras declarações, vir novamente a público justificar a intervenção no metro. “Os polícias retiraram os adeptos daquela área, a medida foi tomada de forma a conseguir imobilizá-los rapidamente. Como havia informações que eles tinham objetos contundentes, armas brancas, queríamos uma intervenção firme e rápida com o máximo de eficiência para proteger os outros passageiros”, afirmou o porta-voz da polícia na capital, Georgian Enache. Conclusão É falso que o vídeo tenha sido captado em Paris, no decorrer de uma ação da polícia francesa contra jovens que estariam sem máscara e a cuspir na cara uns dos outros. O utilizador do Facebook ironiza na descrição que acrescenta ao vídeo, perante a violência utilizada pelas forças policiais para imobilizar os passageiros que tinham sido retirados das carruagens do metro, acrescentando que a polícia francesa “nunca usa a violência para controlar distúrbios” e que “rapidamente” teria convencido “os cuspidores a interromper a inocente brincadeira”. A verdade é que o vídeo diz respeito a uma ação da polícia romena que teve por alvo os adeptos do Steaua Bucareste em outubro, que terão estado envolvidos em confrontos com outra claque e posteriormente agredido também os agentes que tentavam controlar os ânimos junto a um dos estádios da cidade. É assim falso que se trate de um vídeo gravado em Paris e que na origem da atuação musculada da polícia tenha estado qualquer desrespeito ao uso de máscaras ou outro motivo relacionado com o combate à Covid-19. Errado No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é: FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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