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| - Vídeo mostra ação do Ibama em 2020, não ameaça a produtor no governo Lula
É falsa a legenda de um vídeo postado numa rede social que culpa o governo Lula (PT) por ameaças e expulsão de um produtor rural.
A gravação é de junho de 2020, quando Jair Bolsonaro (PL) era presidente. As imagens mostram uma operação do Ibama para retirar invasores da Terra Indígena (TI) Cachoeira Seca, no Pará, durante a pandemia.
O que diz o post?
"Ibama ameaça produtor rural. O terror no Brasil após o Lula se eleger está acontecendo e a mídia está calada escondendo para o mundo", diz a legenda.
O vídeo mostra um fiscal do Ibama afirmando a um homem que ele deve retirar pertences pessoais e crianças do local em uma moto.
"Bolsonaro vai revogar isso ainda. Eu creio no Bolsonaro", diz o homem. Outro fiscal diz cumprir a lei e cita o prazo dado a ele para resolver a situação.
Um dos fiscais aconselha o homem a cobrar promessas de campanha. O produtor pede então que ele se identifique. "Meu nome é Ibama", responde o funcionário.
Por que é falso?
Vídeo foi gravado em maio de 2020, quando Bolsonaro era presidente. As imagens foram divulgadas na época (aqui) pelo deputado federal José Medeiros (PL-MT). A legenda afirma que o vídeo foi gravado em Uruará (PA), onde fica parte da TI Cachoeira Seca.
Ação visava proteger indígenas da TI da covid-19 e evitar crimes ambientais. "Ao desencorajar a permanência de invasores na TI, os agentes também buscavam proteger os indígenas do contato com o vírus", diz o Ibama, em nota enviada ao UOL Confere. A AGU atuou em favor do Ibama em um processo judicial movido pelo município de Uruará, que pedia a suspensão das ações. Segundo o órgão, as operações atendiam demanda do MPF gerada pelo aumento de crimes ambientais durante a pandemia (aqui).
O homem que aparece no vídeo já havia sido advertido sobre a ordem de desocupação, mas não cumpriu a determinação de retirada, informou o Ibama.
O UOL Confere aplica o selo falso a conteúdos que não têm amparo em fatos e podem ser desmentidos de forma objetiva.
Viralização. No Tik Tok, o vídeo teve 44,3 mil curtidas, 15,8 mil compartilhamentos e mais de 8,5 mil comentários.
O vídeo também foi checado pelo Aos Fatos e pelo Terra.
Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.
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