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| - São várias as publicações do Facebook que alegam que a Estátua da Liberdade, uma das mais conhecidas atrações turísticas da cidade de Nova Iorque, foi inspirada no rosto de Isabella Boyer, viúva de Isaac Singer, criador da empresa de máquinas de costura com o mesmo nome. “Isabella Eugénie Boyer (1841-1904), viúva do criador da máquina de costura Singer, foi a modelo para o rosto da Estátua da Liberdade.” Será verdade?
Segundo o National Park Service, a entidade governamental que gere centenas de parques e monumentos norte-americanos, o escultor responsável pela obra (o francês o escultor francês Frédéric Auguste Bartholdi) inspirou-se numa camponesa egípcia. Isto porque, originalmente, o destino da escultura não era a cidade de Nova Iorque, mas sim o canal do Suez — a importante rota comercial que liga o mar Vermelho ao mar Mediterrâneo através de território egípcio. A estátua iria inaugurar o canal, em 1869.
Inicialmente batizada “Egito que leva a luz para a Ásia”, a escultura nunca viria a pisar solo africano. O governador do Egipto, Ismāʽīl Paxá, acabou por desistir do projeto por causa das dificuldades financeiras que o país, à época sob protetorado britânico, enfrentava. Perante a desistência do Egipto, Bartholdi acabaria por modificar a obra — adaptando as feições árabes/egípcias do formato original a uma divindade greco-romana — e França acabou por oferecer a obra aos Estados Unidos, em 1876, aquando do primeiro centenário da independência norte-americana.
“Bartholdi produziu uma série de desenhos em que a estátua começou como uma gigantesca mulher, ou camponesa árabe, e gradualmente evoluiu para uma deusa colossal”, explicou já Edward Berenson, professor do Instituto de Estudos Franceses da Universidade de Nova Iorque, e que já escreveu sobre o tema.
Embora não exista consenso entre os historiadores sobre qual foi a verdadeira inspiração de Bartholdi, não existe qualquer referência à atriz e modelo francesa Isabella Eugénie Boyer.
Conclusão
Segundo a informação disponível, a atual Estátua da Liberdade foi inspirada primeiro numa camponesa árabe e depois numa deusa greco-romana. Não existe qualquer referência à atriz e modelo francesa Isabella Eugénie Boyer.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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