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| - Não é verdade que um vídeo mostra um ataque recente do grupo extremista islâmico Hamas à Embaixada de Israel no Bahrein, como alegam publicações nas redes. As imagens compartilhadas pelas peças de desinformação registram uma manifestação ocorrida em 2012 em frente a uma delegacia de polícia ao sul da capital do país em defesa do líder da oposição xiita Hassan Mushaima, preso no ano anterior.
Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 15 mil visualizações no Kwai e ao menos 2.000 compartilhamentos no X (ex-Twitter) até o início da tarde desta sexta-feira (20). A peça de desinformação também circula no Facebook, no qual acumula centenas de compartilhamentos.
Hoje no Bahrein atearam fogo na embaixada de Israel.
Um vídeo que mostra um grupo de pessoas ateando fogo a um edifício tem sido compartilhado nas redes como se registrasse um ataque recente do Hamas à embaixada israelense no Bahrein. A filmagem, no entanto, foi gravada em 2012 na ilha de Sitra, ao sul de Manama, capital do país, e mostra um ato de depredação ocorrido durante manifestação em favor do líder xiita Hassan Mushaima, preso no ano anterior.
A ação foi liderada por um grupo de oposição à dinastia Al-Khalifa como resposta ao agravamento do estado de saúde de Mushaima, condenado à prisão perpétua em 2011 por uma suposta tentativa de tomada do poder durante os protestos que ficaram conhecidos como Primavera Árabe.
O Aos Fatos identificou um registro das imagens usadas pelas publicações desinformativas publicado no YouTube em dezembro de 2012. A legenda do vídeo afirma que os ataques à delegacia teriam acontecido no dia 3 de novembro daquele ano (veja o vídeo abaixo).
Em uma busca reversa, a reportagem também identificou que imagens do protesto circulam ao menos desde o dia 6 de novembro de 2012.
Desde o último dia 7, uma série de imagens descontextualizadas têm sido atribuídas ao conflito entre Israel e Hamas. O Aos Fatos desmentiu nesta semana, por exemplo, posts que alegavam que um vídeo mostrava a prisão de um comandante do Hamas. Na realidade, a gravação era um registro da detenção de um líder armênio.
Esta peça de desinformação também foi desmentida pela agência indiana The Quint.
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