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  • Uma fotografia do CEO da Make-A-Wish começou a circular nas redes sociais, acompanhada de uma descrição que garantia que a fundação ia passar a realizar desejos apenas a crianças com doenças terminais que estivessem totalmente vacinadas contra a Covid-19. E que esta mudança tinha sido anunciada pelo próprio CEO, Richard Davis, num vídeo que acabava de ser lançado. Só que esse vídeo foi descontextualizado e a Make-A-Wish já emitiu um comunicado a desmentir a publicação. O rumor partiu de um utilizador do Twitter — que entretanto viu a sua conta suspensa — que partilhou apenas uma parte de um vídeo em que Richard Davis fazia uma atualização sobre a política de atribuição de desejos às crianças em tempos de pandemia. Só que o utilizador partilhou apenas uma parte descontextualizada do vídeo, gerando uma confusão, segundo relata o USA Today uma vez que a conta deste utilizador já foi suspensa e o vídeo por ele partilhado já não está disponível. O vídeo original tem dois minutos e 22 segundos e está disponível na página oficial da fundação no YouTube. Nele, o CEO da Make-A-Wish anunciava que alguns tipos de desejos que tinham sido suspensos devido à pandemia de Covid-19 iam voltar a ser realizados a partir de 15 de setembro. Falava, nomeadamente, de desejos que incluem viagens aéreas e envolvem aglomerados de pessoas. No entanto, após se terem aconselhado junto de profissionais de saúde e organizações de saúde pública, decidiram que este tipo de desejos considerados de risco iriam começar por ser realizados para crianças com a vacinação completa contra a Covid-19, até orientação médica em contrário. No fundo, o CEO não estava a anunciar novas restrições, mas sim o seu levantamento. Richard Davis referia-se apenas a desejos que implicavam duas situações específicas: viagens aéreas e aglomerados de pessoas. Todos os restantes continuariam a ser concedidos a crianças, estivessem ou não vacinadas. Simplesmente, a Make-A-Wish tinha deixado de realizar desejos relacionados com viagens aéreas e aglomerados devido à pandemia, mas a 15 de setembro voltou a concedê-los: para já, a crianças vacinadas contra a Covid-19 há mais de duas semanas. O responsável explicava ainda que esta decisão tinha sido tomada de acordo com uma política antiga de “permitir que sejam os profissionais de saúde” a determinar se os desejos concedidos são “seguros e adequados”, especialmente tendo em conta que a maioria das crianças a quem os desejos são realizados são “vulneráveis”. Conceder desejos que envolvam viagens dentro do país e grandes ajuntamentos — o que inclui parques temáticos — é o começo de um regresso há muito esperado ao normal”, diz Richard Davis. No vídeo, o CEO explicava que a fundação não ia sequer exigir uma prova de vacinação, como um certificado, mas apenas uma carta assinada por um adulto a garantir que os menores que se encontram a participar no desejo em questão estão vacinados e que estão cientes dos riscos de viajar numa altura destas. Mais: o responsável adiantava também que, apesar desta mudança, alguns desejos vão continuar suspensos para todas as crianças: “Cruzeiros e viagens internacionais não vão ser retomados durante um considerável período de tempo”. Make-A-Wish emitiu um esclarecimento onde lembra que já concedeu mais de 6.500 desejos a crianças durante a pandemia O vídeo descontextualizado de Richard Davis tornou-se viral e obrigou mesmo a fundação a emitir um esclarecimento. “A Make-A-Wish não negou, não nega e não negará desejos a crianças que não foram vacinadas”, começava por se ler. Para provar isso mesmo, a fundação lembrou que, desde o início da pandemia, “concedeu com segurança mais de 6.500 desejos a crianças e famílias — independentemente do estado de vacinação“. A fundação vincava que esta decisão foi tomada para proteger a saúde de crianças com doenças críticas e “é a primeira etapa” de um “plano de retoma em fases”. “A Make-A-Wish não exigirá que ninguém seja vacinado para ter um desejo realizado. Respeitamos a liberdade de escolha de todos. Entendemos que há muitas famílias cujos filhos ainda não são elegíveis para a vacina e também sabemos que há famílias que estão a optar por não receber a vacina”, indica a fundação no comunicado, lembrando que “existem muitas outras opções de desejos para crianças que atualmente não preenchem os requisitos para viagens aéreas e eventos que envolvem grandes aglomerados”. Na nota, a fundação esclarecia ainda que, ao contrário do que era dado a entender nas publicações, não concede desejos específicos nem tem regras diferentes para crianças com doenças terminais. “As crianças não precisam de ter um diagnóstico terminal para serem elegíveis. Na verdade, a maioria das crianças que atendemos é capaz de controlar e até superar as suas doenças”, lê-se, no comunicado que deixa ainda uma crítica: “Espalhar desinformação sobre o tipo de crianças que são elegíveis para um desejo é prejudicial e doloroso para as crianças e as suas famílias.” Conclusão Começou a circular nas redes sociais um vídeo onde o CEO da Make-A-Wish supostamente anunciava que a fundação ia passar a realizar desejos apenas a crianças com doenças terminais que estivessem totalmente vacinadas contra a Covid-19. Só que esse vídeo foi descontextualizado. Richard Davis referia-se apenas a desejos que implicavam viagens aéreas e aglomerados de pessoas. Todos os restantes continuariam a ser concedidos a crianças, quer vacinadas ou não. Simplesmente, a Make-A-Wish tinha deixado de fazer desejos relacionados com viagens aéreas e aglomerados devido à pandemia, mas a 15 de setembro voltou a concedê-los: para já, a crianças vacinadas, até orientação médica em contrário. No fundo, o CEO não estava a anunciar novas restrições, mas sim o seu levantamento. Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é: ERRADO No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é: FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. Nota 1: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook. Nota 2: O Observador faz parte da Aliança CoronaVirusFacts / DatosCoronaVirus, um grupo que junta mais de 100 fact-checkers que combatem a desinformação relacionada com a pandemia da COVID-19. Leia mais sobre esta aliança aqui.
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