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| - “Desde fevereiro que o pessoal tem levado uma lavagem cerebral sem precedentes, que até dá dó. Covid, Covid, Covid. Só quem trabalha em mind control [controlo da mente] é que tem a consciência do crime que está a ser realizado aos cidadãos. Até nas clínicas, agora, tens seguranças para te ‘darem gel’ e ‘levares’ com o termómetro digital, que te baixa os teus chakras em 75%, para reduzir o teu sistema imunológico”, destaca-se na mensagem em questão.
Será verdade que estes termómetros têm efeitos nocivos para o sistema imunitário?
Questionado pelo Polígrafo, António Vaz Carneiro, médico especialista em Medicina Interna e presidente do Conselho Científico do Instituto de Saúde Baseada na Evidência, começa por explicar que os termómetros de infravermelhos são utilizados “quando não queremos tocar a superfície do objeto/superfície/pessoa cuja temperatura queremos medir”.
Mas como é que funcionam estes termómetros? Antes de mais, é necessário entender que os objetos que não estão em temperatura zero absoluto possuem átomos que se movem dentro da sua estrutura. A velocidade do movimento desses átomos, destaca Vaz Carneiro, correlaciona-se diretamente com a temperatura. “Quanto mais rápido o movimento das moléculas, mais alta será a temperatura”, sublinha.
“Essas moléculas em movimento emitem energia na forma de radiação infravermelha. Como o comprimento de onda desta radiação é maior do que o da luz visível, não podemos vê-lo a olho nu. No entanto, se o objeto ficar muito quente a radiação pode saltar para o espectro visível: por exemplo, um metal quente que é vermelho ou às vezes até branco (se a temperatura for muito elevada)”, esclarece.
O calor emitido por um radiador, pela luz solar ou por incêndios são exemplos de radiação infravermelha. E é esse calor que estes termómetros detetam para medir a temperatura dos objetos ou, neste caso, do ser humano. O especialista assegura que as pistolas de infravermelhos “recebem informação do doente” e “não emitem coisa nenhuma”, concluíndo que “não faz qualquer sentido inventar efeitos sobre o sistema imunitário (ou qualquer outro) produzidos por esta tecnologia”.
O Polígrafo verificou recentemente várias publicações que atribuíam a utilização destes termómetros a “danos na retina” ou a “danos na glândula pineal“. Nenhuma dessas alegações tem qualquer validade científica. De facto, a própria Food and Drug Administration (FDA) dos EUA aconselha a sua utilização em contextos de pandemia, listando uma série de benefícios: medição sem contacto, facilidade de uso, facilidade de desinfeção e rapidez de leitura.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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