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| - São muitos os vídeos que têm sido partilhados nos quais é alegadamente demonstrado que ímanes e metais ficam presos no braço onde foi dada a vacina contra a Covid-19. Recentemente, o ator Afonso Pimentel foi protagonista de um desses vídeos que rapidamente se tornou viral. “Mas é que cola mesmo. A vacina faz tão mal que a malta fica magnética uma semana antes de a tomar“, ironiza.
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O ator pretendia desfazer o mito, sublinhando: “Há que acreditar na ciência, nos dados e factos que apresenta. Vacinem-se!”. Na descrição do vídeo refere também a “experiência por brincadeira” que a atriz Andreia Dinis partilhou no Instagram. A atriz filmou o momento em que encosta um garfo ao braço e perguntou: “Alguém me explica por que raio depois de levar a vacina o metal segura na pele?”.
A publicação gerou uma onda de comentários e a atriz partilhou, no dia seguinte, um vídeo onde garante não ser contra as vacinas: “A experiência não foi feita com o intuito de alarmar ninguém. Simplesmente para tentar perceber qual é que era a explicação, se teria alguma coisa haver com a vacina ou não. Aqui fica a resposta: Não tem nada a ver com a vacina.”, diz a atriz, citada pela Hiper FM.
Também António Raminhos pegou num garfo e “resolveu experimentar” a teoria: “Isto é assustador. Pior de tudo é que eu nem fui vacinado ainda“, disse Raminhos ao experimentar colocar o garfo também noutra parte do corpo. “Deixa ver se cola em mais algum lado ainda. Estou tramado!”, afirmou.
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Os vídeos que têm sido partilhados nas redes sociais e que mostram pessoas a colocar ímanes ou metais no braço defendem uma de duas teorias: enquanto uns afirmam que a vacina contém metais, outros dizem que magnetiza o corpo. O Polígrafo já desmistificou esta matéria e explicou o porquê de os metais e ímanes ficarem presos na pele.
Este fenómeno não tem qualquer relação com a vacina contra a Covid-19, nem o fármaco contém na sua composição qualquer elemento que torne a pessoa magnética. “Os materiais que estão dentro das vacinas estão perfeitamente identificados e descritos. São todos componentes inofensivos para o organismo humano e nenhum deles é eletrónico, nenhum deles é nada que se assemelhe a um chip“, assegura Miguel Prudêncio, investigador especializado em vacinas no Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa, em resposta ao Polígrafo.
Além do componente ativo – que vai despoletar a reação imunológica do organismo – estão presentes nas vacinas lípidos, sais e açúcares “que são necessários não só para que a composição do material injetado seja mais adequada ao organismo, mas também para que o processo de congelação das vacinas não conduza à sua degradação”.
A razão que leva os ímanes e metais a ficarem presos no braço é explicada por Mick West, na plataforma “Metabunk“. Através de um vídeo, o divulgador de ciência mostra que a pele oleosa faz com que os objetos metálicos e ímanes fiquem agarrados. Afirma ainda que este “truque” pode ser realizado em qualquer parte do corpo – como também mostrou António Raminhos – e que “ao remover o óleo, o objeto não irá ficar agarrado”.
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Avaliação do Polígrafo:
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