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| - Começando pelo “alerta global” da Organização Mundial da Saúde (OMS), no dia 15 de abril de 2022, através de um comunicado, a OMS informou que tinham sido detetados 74 casos de hepatite aguda em crianças com menos de 10 anos de idade, no Reino Unido, até ao dia 8 de abril.
Mais recentemente, a 23 de abril, a OMS atualizou essa informação, destacando que até ao dia 21 de abril já tinham sido notificados pelo menos 169 casos de hepatite aguda (de origem desconhecida) em 10 países da Europa, nos Estados Unidos da América (EUA) e em Israel.
O problema está na segunda alegação do título da “notícia” que está a ser partilhada nas redes sociais: “Estudo da Pfizer sugere culpa da vacina contra a Covid-19.”
Ora, no segundo comunicado, a OMS sublinhou que as causas da hepatite infantil ainda estavam a ser investigadas e que, embora algumas das crianças afetadas tenham tido Covid-19, as hipóteses de um possível efeito adverso das vacinas “não se sustentam atualmente, já que a grande maioria das crianças afetadas não tinha recebido a vacina contra a Covid-19″.
Também a Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido (UKHSA, na sigla em inglês) publicou uma nota de informação técnica, no dia 25 de abril, sobre a investigação relacionada com o aumento de casos de hepatite de origem desconhecida em crianças.
A diretora de Infecções Clínicas e Emergentes da UKHSA, Meera Chand, assegurou num relatório do Governo britânico que essa investigação “sugere cada vez mais que o aumento repentino na aparição de hepatite em crianças está relacionado com uma infecção por adenovírus. No entanto, estamos a investigar a fundo outras possíveis causas”.
Quanto ao suposto estudo da Pfizer, questionado pela AFP Checamos, um porta-voz da empresa farmacêutica negou que tenha sido publicado um estudo sobre o atual surto de hepatite aguda em crianças. “Não há estudos da Pfizer que façam referência a essa questão“, garantiu.
Algumas das publicações difundem um artigo intitulado, em tradução livre do inglês: “OMS emite alerta global sobre nova forma de hepatite severa que afeta crianças; Estudo da Pfizer sugere que vacina contra a Covid-19 pode ser culpada”. O texto baseia-se num artigo científico que supostamente conecta as vacinas desta farmacêutica aos casos de hepatite, segundo apurou a AFP Checamos.
No entanto, “o estudo intitulado ‘Transcrição reversa intracelular da vacina de mRNA da Pfizer BioNTech COVID-19 BNT162b2 in vitro em linha de células de fígado humano’ não afirma em nenhum momento que a vacinação seria a causa direta do surto de hepatite”.
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