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| - “Em poucas horas, médicos dos vários hospitais começaram a utilizar a heparina, e descobriram que funciona para resolver a trágica e quase inevitável exacerbação pulmonar, à qual médicos e enfermeiros tiveram de assistir impotentes depois de terem entubado o doente e vê-lo sufocar”, destaca-se no texto da publicação.
“A heparina é uma molécula com actividade anticoagulante, produzida naturalmente nos seres humanos no complexo de Golgi por basofilócitos e mastócitos. Única culpa da heparina, como lembrado acima: é um medicamento antigo e muito, muito barato“, acrescenta-se.
É verdade que o fármaco heparina é comprovadamente eficaz no tratamento da Covid-19?
Questionado pelo Polígrafo, o pneumologista Filipe Froes indica que a heparina é utilizada “em quase todos os doentes internados”. O medicamento, de acordo com o especialista, é utilizado em várias doenças para o tratamento e para a prevenção de complicações.
“Todos os doentes com formas graves de doenças têm que fazer profilaxia de tromboembolismo venoso. Os doentes internados, pelo facto de estarem acamados, têm um risco acrescido de doença tromboembólica venosa. Portanto, faz parte da rotina a utilização deste fármaco. No caso da Covid-19, sabemos que numa das formas mais graves há a ocorrência de fenómenos trombóticos e que em determinados contextos a heparina não profilática, mas terapêutica, faz efeito“, explica.
“Não se sabe ainda a totalidade do mecanismo fisiopatológico da lesão provocada pela Covid-19, sabemos que conta com uma intensa e desregulada ação inflamatória, com fenómenos de trombose associados. E na presença desses fenómenos, quer na Covid-19, quer em todas as outras doenças, são tratadas com heparina. Mas é standard, não acresce nada ao tratamento“, sublinha.
Por seu lado, Fernando Maltez, director do serviço de doenças infecciosas do Hospital Curry Cabral, Lisboa, assinala que “os doentes de Covid-19 parecem ter aumento da prevalência de fenómenos trombóticos e protrombóticos, parecendo consensual o uso da heparina de baixo peso molecular”.
O Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde aponta no mesmo sentido: “Na evolução clínica grave da infeção por Covid-19 verificam-se situações clínicas especificas em que é recomendável a utilização de heparina, em particular em situações com elevado risco de Coagulação Intravascular Disseminada, uma das complicações mais graves da infecção pelo Covid-19. Nesta circunstância a utilização de anticoagulantes pode ser imprescindível”.
Contudo, o Infarmed sublinha que “não se trata de uma terapêutica específica para a infecção por Covid-19, mas antes uma terapêutica dirigida a uma das suas complicações mais graves”.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
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