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| - Não foi gravado em uma comunidade no Rio de Janeiro o vídeo que mostra centenas de notas de dólar armazenadas em um depósito. O registro compartilhado pelas peças de desinformação é de 2020 e há indícios de que tenha sido gravado no exterior.
Os posts enganosos somavam centenas de compartilhamentos no Threads e no Facebook até a tarde desta segunda-feira (24).
Barraco em favela do Rio de Janeiro é encontrado com 1 trilhão de dólares. Todas essas notas eram de mil dólares
Um vídeo que mostra um depósito com centenas de pacotes de dólar tem sido compartilhado nas redes como se registrasse a apreensão de US$ 1 trilhão em uma favela do Rio de Janeiro, o que não é verdade.
Por meio de busca reversa, Aos Fatos localizou uma versão estendida do vídeo. Nela, é possível ver uma folha de papel que indica que o registro foi gravado em 20 de janeiro de 2020. Uma frase em árabe logo acima da data sugere que a gravação não foi feita no Brasil.
Aos Fatos entrou em contato com o Centro da Língua Árabe, em São Paulo, mas a qualidade das imagens não permitiu a tradução da frase. O uso da ferramenta Google Lens, que permite traduzir textos em tempo real, também não retornou resultados compreensíveis.
Por meio de busca na imprensa e nas redes da Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Polícia Federal, não foi localizada qualquer notícia sobre a apreensão de US$ 1 trilhão em favelas no Rio de Janeiro.
Notas de US$ 100. As peças de desinformação alegam que os pacotes continham notas de US$ 1.000, o que não é verdade. Na versão estendida do mesmo vídeo, que possui melhor qualidade, Aos Fatos identificou que as notas são de US$ 100. Não foi possível atestar, no entanto, se as cédulas são autênticas ou não.
As notas de US$ 1.000, que tinham como principal objetivo facilitar as transações entre bancos, deixaram de ser impressas nos Estados Unidos em 1945. As cédulas foram oficialmente descontinuadas em 1969, quando o Tesouro americano começou a tirá-las de circulação. As notas remanescentes estão principalmente nas mãos de colecionadores.
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