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| - “Com a vítima ainda dentro de água, se inconsciente: ligar de imediato o 112”, sublinha-se também na publicação, com origem no Instagram. Trata-se de supostas recomendações do SNS 24 em contexto de pandemia, nomeadamente sobre “o que fazer em caso de afogamento”.
“Isto é absolutamente inacreditável”, critica o autor da denúncia.
Confirma-se a autenticidade desta lista de recomendações do SNS 24 em caso de afogamento?
Sim, a imagem foi replicada a partir da página oficial do SNS 24, fazendo parte de uma lista de orientações ou recomendações para casos de paragem cardiorrespiratória, incluindo essa mais específica sobre “o que fazer em caso de afogamento”.
Este conteúdo na página do SNS 24 tem uma nota associada, publicada no dia 26 de fevereiro de 2021 (na sequência de um pedido de esclarecimento do Polígrafo), informando que “em março de 2020, data de atualização das recomendações no contexto da pandemia de Covid-19, identificou-se o elevado risco de transmissão do vírus SARS-CoV-2. Assim, obrigou a reforçar todas as prioridades em medidas de segurança com o cidadão enquanto reanimador, todos os que rodeiam e com a própria vítima, partindo sempre do mais rigoroso princípio de evitar a propagação do vírus entre todas as partes”.
“Todos os conteúdos aqui publicados dizem respeito à atuação do cidadão (leigo). Estas recomendações não incidem sobre o que profissionais de saúde devem fazer numa situação semelhante, uma vez que as indicações são necessariamente diferentes. Reforçamos que esta informação se destina ao público em geral, sem acesso a equipamento de proteção e que se deve cuidar e proteger antes de iniciar as medidas que o exponham a qualquer tipo de risco”, sublinha-se na mesma nota.
De resto, o Conselho Português de Ressuscitação é indicado como a fonte da lista de orientações ou recomendações, cuja atualização em março de 2020, no contexto da pandemia, é fundamentada num documento do Conselho Europeu de Ressuscitação.
Questionado Polígrafo, Antonino Costa, enfermeiro no Hospital de Faro e responsável pelo departamento de formação dos bombeiros de São Brás de Alportel, explica que, no caso da ventilação boca-a-boca, além de não estar recomendada ao cidadão leigo que presta assistência em contexto de pandemia, esta é também uma técnica em desuso: “A ventilação boca-a-boca praticamente já não é utilizada, enquanto profissionais de Saúde só utilizamos o insuflador manual“.
“Acho que é necessário medir os riscos. Eu diria que temos de colocar sempre a nossa segurança em primeiro lugar, para em vez de uma vítima não termos duas”, considera.
No entanto, confirma-se, o SNS 24 não recomenda “ventilação boca-a-boca” em vítima de afogamento “pelo alto risco de contágio”. O conteúdo replicado e difundido nas redes sociais é autêntico.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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