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| - “Essa diferença entre o preço verdadeiro do gás e o preço que se pôs uma tampa, essa diferença vai ser paga pelos consumidores, através dos mecanismos de compensação (…). A partir do final, em particular, de agosto, mas já nas faturas de consumo elétrico de final de julho, as pessoas vão ter uma surpresa desagradável (…) Estamos a falar de qualquer coisa na ordem dos 40 ou mais por cento [de aumento]”. Estas afirmações do presidente da Endesa Portugal, Nuno Ribeiro das Silva, em entrevista emitida pela Antena 1 (31 de julho) e publicada pelo “Jornal de Negócios” (1 de agosto), geraram, de imediato, grande indignação no Governo.
No mesmo dia (domingo) da difusão da entrevista, ao início da tarde, o Ministério do Ambiente emitiu um comunidado a desmentir de imediato esta subida de preços e a considerar “alarmistas” as declarações do principal responsável em Portugal da empresa energética espanhola.
No dia seguinte, 1 de agosto, o primeiro-ministro António Costa foi mesmo mais longe. Em despacho (N.º 68/2022) por si assinado e tornado público no dia 2, determinou que os “serviços da administração direta e da administração indireta do Estado não podem proceder ao pagamento de quaisquer faturas emitidas pela Endesa, independentemente do seu valor, sem validação prévia, por despacho do secretário de Estado do Ambiente e da Energia”. Ora, à altura, o secretário de Estado do Ambiente e da Energia era João Galamba.
O despacho é claro na matéria que o fundamentava: “as ameaças de práticas especulativas nos preços a praticar pela Endesa e o dever de o Estado proteger o interesse dos contribuintes na gestão dos dinheiros públicos”.
É, assim, verdadeiro que o primeiro-ministro António Costa exigiu que todas as faturas de serviços afetos ao Estado contratadas à Endesa tivessem de ser validadas, por despacho, pelo então secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba, que é ministro das Infraestruturas desde a passada quarta-feira.
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Avaliação do Polígrafo:
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