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| - Não foi gravado no Líbano e não registra ataques aéreos das forças israelenses um vídeo que mostra uma explosão e pessoas fugindo pelas ruas. As cenas foram filmadas no Iêmen no final de agosto após a explosão de um posto de combustível.
Publicações com o conteúdo falso acumulavam 7.500 curtidas no Instagram até a tarde desta sexta-feira (27).
Israel atingiu essa noite um depósito de munições do Hezbollah em ataque aéreo no Vale de Beqaa, Líbano.
Um vídeo de uma explosão numa cidade não foi gravado após um ataque aéreo de Israel a um depósito de munições do Hezbollah no vale do Beqaa, no Líbano. A gravação foi registrada na cidade de Aden, no Iêmen, no final de agosto deste ano, e mostra o momento em que um posto de combustível explodiu no distrito de Mansoura. Ao menos cinco pessoas morreram.
Em uma busca reversa, o Aos Fatos identificou que o vídeo usado nas peças enganosas foi publicado no YouTube no dia 31 de agosto deste ano (veja abaixo).
A reportagem ainda encontrou no YouTube registros publicados no dia 30 de agosto (veja abaixo), que mostram a mesma explosão de outros ângulos da cidade iemenita (veja aqui e aqui). Detalhes como o canteiro central da avenida reforçam que as imagens foram feitas no mesmo local da gravação usada nas peças enganosas.
De fato, Israel atingiu um depósito de munições do Hezbollah no vale do Beqaa, no dia 19 de agosto. No entanto, esse ataque não tem relação com o vídeo desmentido nesta verificação, que foi gravado no Iêmen.
A imprensa local registrou que um incêndio surgiu durante o abastecimento de um posto de combustível por um caminhão que transportava gás. Outros veículos apontam que o fogo pode ter iniciado a partir de um cigarro lançado próximo ao local em que o abastecimento acontecia.
Essa não é a primeira desinformação sobre o conflito entre Israel e Hezbollah verificada pelo Aos Fatos. Nesta semana, a reportagem desmentiu outras três publicações (veja aqui, aqui e aqui) que enganam sobre a série de ataques entre Israel e o grupo xiita Hezbollah.
Essa peça de desinformação também foi verificada pelo portal árabe Misbar.
O caminho da apuração
Aos Fatos fez uma busca reversa de imagens e identificou versões do vídeo usado nas peças enganosas, publicadas no YouTube nos dias 30 e 31 de agosto de 2023, reforçando que o conteúdo não é recente.
A reportagem também localizou notícias sobre a explosão, que aconteceu no Iêmen no final de agosto, e não no Líbano.
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