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| - “Durante a II Guerra Mundial, uma refugiada em Portugal, de nome Davidson, começou a fabricar em causa um bolo que conhecia do seu país natal, a Alemanha, e que ela vendia a outros refugiados, e depois a quem mais quisesse provar. Era um frito de massa de farinha doce, redondo como uma bola, polvilhado de açúcar, no interior do qual se injetava um doce, normalmente vermelho. Na Alemanha, o bolo era chamado Berliner Pfannkuchen (bolo berlinense de frigideira), ou simplesmente Berlineer Ballen”, descreve-se na mensagem da publicação.
“Essas foram as primeiras ‘Bolas de Berlim’, que mais tarde seriam vendidas também nas pastelarias com algumas adaptações – cortadas horizontalmente e recheadas com o chamado ‘creme pasteleiro’. Esta história foi contada pela historiadora Irene Flunser Pimentel, no seu livro ‘Judeus em Portugal durante a II Guerra Mundial’”, acrescenta-se.
Confirma-se a veracidade desta história sobre a introdução das bolas de Berlim em Portugal?
Contactada pelo Polígrafo, a historiadora Irene Flunser Pimentel confirma que a história está relatada no seu livro “Judeus em Portugal durante a II Guerra Mundial”. A protagonista desta história é a refugiada judia Ruth Davidsohn, a qual foi entrevistada pela socióloga Christa Heinrich, colaboradora de Pimentel.
“Não sei se foi a descoberta da bola de Berlim em Portugal, mas o período da II Guerra Mundial deve ter sido aquele em que o bolo se espalhou no nosso país”, ressalva a historiadora.
O percurso de vida de Ruth Davidsohn e da sua família também foi descrito em artigo do jornal “Público”, datado de 5 de agosto de 2019. Ruth, a irmã e os pais chegaram a Portugal, vindos de Hamburgo, na Alemanha, a 6 de outubro de 1935. Aproveitaram então a “existência de um acordo luso-alemão que dispensava vistos nos passaportes de cidadãos dos dois países, desde 1926”.
Durante a II Guerra Mundial, salienta Pimentel em declarações ao Polígrafo, “os refugiados judeus ou outros alemães ou austríacos não podiam trabalhar em Portugal e começaram a exercer trabalhos mais ou menos clandestinos: venda ambulante de gravatas, confeção de comida para outros refugiados e também de bolos que vendiam a alemães, não necessariamente refugiados, que viviam em Portugal”.
A historiadora explica também que “a diferença com a atual bola em Portugal [com creme ou sem creme] é que a alemã confecionada por Ruth Davidsohn tinha compota de frutos silvestres, de morango ou framboesa”.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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