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| - Um vídeo, que está a ser amplamente partilhado no Facebook, mostra, dizem várias publicações, a atuação de um patinador do gelo invisual, cego desde a infância. “O jovem dançarino é cego desde a infância”, diz um dos posts, acrescentando que o atleta em causa perdeu a visão em criança, quando, para salvar a família de um incêndio, a mãe saltou com ele do sétimo andar de um prédio.
A criança não teria morrido na sequência dessa queda, mas o embate teria provocado ferimentos ao menor, que levaram à cegueira. Mas será que o patinador do gelo que surge no vídeo é mesmo cego?
As imagens que acompanham a publicação são de uma atuação que ocorreu no Campeonato Mundial de Patinagem Artística de 2017, que decorreu em Helsínquia, na Finlândia. Recorrendo ao youtube da União Internacional de Patinagem — que organiza a competição todos os anos –, é possível ver que os atletas que protagonizam a atuação em causa são Alexandra Stepanova e Ivan Bukin, ambos russos. É precisamente um excerto dessa atuação que está a ser partilhado no Facebook.
Bukin cresceu numa família com tradição na Patinagem no gelo. O pai, Andrei, foi campeão olímpico no Jogos de Seul de 1988, e a mãe, Elena Vasiuk, também era patinadora. Acontece que Ivan Bukin não é cego. Não há nenhuma evidência nesse sentido, antes pelo contrário.
Além disso, não é conhecido qualquer acidente grave sofrido por Bukin durante a infância. O jovem atleta e o par, Alexandra Stepanova, já ganharam vários medalhas, sobretudo nos campeonatos da Europa de Patinagem Artística, onde não têm a concorrência de grandes potências na modalidade, como os EUA ou a China.
Conclusão
Não há nenhuma evidência de que o atleta que surge no vídeo, o russo Ivan Bukin, seja cego. A dupla, que forma com a patinadora Alexandra Stepanova, já foi premiada em várias competições.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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