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| - No texto da publicação apresenta-se um suposto diálogo entre mãe e filha, na qual a criança (com a pulseira vermelha no pulso) conta que na escola não pode brincar com as “amigas da pulseira branca”, apenas com as da pulseira vermelha. “Nunca a posso tirar! Se a perder não posso entrar na escola”, lamenta.
Segue-se um comentário final da mãe, em forma de crítica: “Eu compreendo que as escolas têm que tomar algumas medidas de segurança, mas assim não! Já pararam para pensar o que sentem estas crianças? Já pararam para conversar a sério com elas sobre isto? Aconselho que párem e conversem também com as crianças!”
Não há qualquer norma que aponte nesse sentido no documento de orientações para o ano letivo 2020/2021 elaborado em conjunto pelo Ministério da Educação, Direção-Geral da Saúde (DGS) e Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE).
O que está previsto no documento, relativamente a alunos do ensino básico e secundário, é que “desde que as condições físicas o permitam”, os alunos “devem ser organizados, preferencialmente, em grupos/turmas, mantendo-se esta organização ao longo de todo o período de permanência na escola”. Ou seja, os intervalos, as aulas e os períodos de refeições devem ser planeados – sempre que possível – de forma a “evitar o contacto com outros grupos/turmas”.
Quanto aos alunos e docentes do ensino pré-escolar, as recomendações são idênticas: “As crianças e o pessoal docente e não docente devem ser organizados em salas ou outros espaços, de forma a evitar o contacto entre pessoas de grupos diferentes“.
A propósito do documento que estabelece as medidas de prevenção e controlo da Covid-19 em estabelecimentos de ensino, a DGS explicou ao Polígrafo que “as orientações emitidas são gerais”, sendo função das escolas adaptá-las à sua realidade e aplicá-las. A declaração veio a propósito de uma publicação viral em que se alegava (falsamente) que entre as medidas previstas da DGS estaria a adopção de casas-de-banho mistas nas escolas.
Em conclusão, não é verdade que os planos de contingência nas escolas determinem que os alunos utilizem pulseiras consoante a turma a que pertencem, embora permitam flexibilidade para que cada escola adote as medidas necessárias de acordo com as suas especificidades.
De resto, o Polígrafo contactou a autora do texto, questionando sobre qual é a escola em causa, mas esta não soube especificar.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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