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| - É falso que uma casa abandonada na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo, que aparece em foto compartilhada nas redes seja propriedade do pai de Guilherme Boulos (PSOL). O nome de Marcos Boulos não consta nas certidões que trazem o histórico de proprietários do imóvel, que pertenceu a outra família Boulos até 2018, quando foi vendido a uma empresa de construção.
O link da reportagem do Jornal da Cidade Online que trazia a falsa alegação foi retirado do ar, mas, mesmo assim, ainda circulava nas redes nesta semana, acumulando mais de 10 mil compartilhamentos só no Facebook. Prints do texto (veja aqui) também foram disseminados nas redes nas últimas semanas. Todas as publicações foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de monitoramento da rede social (saiba como funciona).
Uma peça de desinformação que circulou nas redes em 2018 e que dizia que um imóvel localizado na Vila Mariana, em São Paulo, seria propriedade do infectologista Marcos Boulos, pai de Guilherme Boulos (PSOL), voltou a circular nas redes nas últimas semanas. A casa que aparece nas imagens, no entanto, nunca foi dele, segundo as certidões do imóvel.
A propriedade indicada nas postagens ficava na rua Paula Ney, 446, na zona sul da capital paulista. O Aos Fatos entrou em contato com o cartório responsável pelo registro do imóvel para verificar o histórico de seus proprietários. A certidão recebida não traz em nenhum momento o nome de Marcos Boulos.
Segundo o documento, a casa pertenceu a Elias Khouri Mitri Boulos e Afifa Cury Boulos até 1966, quando foi doada a Philippe Boulos e Mona Boulos. Outra certidão do imóvel obtida pela Agência Pública em 2018 indica que, após a morte de Philippe, a casa ficou no nome de Mona e dos filhos do casal ⏤ Seme Boulos, Felipe Boulos Júnior e Kátia Boulos. Com a morte dela em 2002, os filhos assumiram a propriedade, que foi vendida para a Mitre Vila Mariana Empreendimentos em 2018
No Google Maps é possível ver que o imóvel foi demolido entre janeiro e abril de 2018 para dar lugar a um edifício chamado Haus Mitre Vila Mariana.
Origem. O texto original, publicado pelo Jornal da Cidade Online em maio de 2018, foi deletado em algum momento após o dia 17 de novembro de 2020, último registro disponível na Wayback Machine, que armazena capturas de imagens de sites ao longo do tempo. Por mais que o site tenha publicado uma nota dias depois desmentindo o próprio artigo, não há registros de correção no texto original.
Mesmo deletado, o link continuou sendo compartilhado nas redes, como é possível verificar no Crowd Tangle, ferramenta de monitoramento de engajamento nas redes sociais:
O Aos Fatos entrou em contato com o Jornal da Cidade Online pelo e-mail disponibilizado na página de contato para questionar o motivo da exclusão do texto e também para abrir espaço para que eles pudessem comentar a checagem. Até a publicação deste texto, no entanto, não houve retorno.
Em 2018, a desinformação foi desmentida em checagens da Agência Pública, do Boatos.org e do e-Farsas. A peça também foi checada recentemente pela Agência Lupa e pelo Estadão Verifica.
Referências:
1. Agência Pública
2. Google Maps
3. Wayback Machine
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