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  • No início eram apenas John Taylor e Nick Rhodes, que se conheceram em Birmingham. Aconteceu em 1978, mas seriam precisos mais alguns anos para a formação cristalizar no quinteto Duran Duran que, em 1981, editaria o seu primeiro longa duração, com título homónimo. É ali que encontramos êxitos como “Girls on Film”, “Planet Earth” ou “Careless Memories”, todos prontos para cavalgar a nova onda dos “telediscos” – a MTV foi lançada precisamente nesse ano. Foi a época em que o vídeo ameaçava matar a rádio. Um anúncio manifestamente exagerado, como se provou. Mas antes dos êxitos, a banda passou por diversas alterações no alinhamento. Um dos elementos mais difíceis de encontrar foi o vocalista. E não foi por falta de talento das primeiras opções, como Stephen Duffy, que também conseguiu destacar-se nos anos 1980 com o mega-hit “Kiss Me”. Foi ele a primeira escolha para voz dos Duran Duran, ainda antes de se chamarem assim. A Taylor e Rhodes, juntaram-se “Stephen Duffy and Simon Colley, e formaram uma banda chamada RAF”, lê-se numa entrevista dos Duran Duran à “Blender” publicada em 2003. Foi o nome de palco que usaram até que, um dia, John Taylor “vê o filme psicadélico de ficção científica ‘Barbarella’, de 1968”, acrescenta a “Blender”. No filme de Roger Vadim, protagonizado pela sua mulher de então, Jane Fonda, existe uma personagem com o nome Durand Durand, retratada por Milo O’Shea… Os “d”, não pronunciáveis, desapareceram e John Taylor conseguia, assim, batizar a banda. Agora, o momento em que surge Andy Wickett, nome fundamental para a carreira da banda, uma vez que está umbilicalmente ligado ao primeiro grande êxito dos Duran Duran, “Girls on Film”. Numa entrevista à “Business Live”, Wickett recorda o momento em que teve a ideia para a canção: “estava a fazer o turno da noite na fábrica da Cadbury. Costumava escrever canções quando estava na linha de produção, a ver os chocolates passar. Foi aí que construí todos os ritmos e letras. Depois, ia ter com os rapazes e dizia ‘tenho aqui isto que devíamos tentar’”. E eles tentaram. A prova é uma demo de 1979 editada pela Cleopatra Records em vinil em 2016, com a voz de Wickett. “Estas gravações demo, cruas, nunca antes editadas incluem as versões originais de ‘Girls on Film’ e ‘See me Repeat me’ que se tornaria no mega-hit ‘Rio’”, escreve a revista canadiana “Spill Magazine”. A prova é uma demo de 1979 editada pela Cleopatra Records em vinil em 2016, com a voz de Wickett. “Girls on Film” é uma canção inspirada no lado negro do brilho e do glamour, onde aqueles ídolos perfeitos são alvos de tragédias e vícios. O filme ‘Sunset Boulevard’ também foi uma grande influência, com a sua história de uma estrala do cinema decadente”, revelou Wickett à “Spill Magazine”. A essência de “Girls on Film” estava lá. Faltava a produção – a letra também mudou -, que permitiu à canção atingir toda a sua glória, poucos anos após desta primeira gravação. Quando os Duran Duran estavam na antecâmara do sucesso, Wickett já assistia de fora, mas com alguma participação. “Quando o Simon Le Bon se juntou à banda, o agente deles pagava-me 10 libras para o ensinar a cantar. Decidi oferecer-lhe 20 minutos para o meter a cantar ‘Girls on Film’. Ele tentava copiar-me porque a banda gostava do meu estilo”, disse à “Blender”. Seguiu-se o momento de oficializar a separação e a cedência de todos os direitos autorais, a troco de 600 libras, pagas em notas de 50 – “nunca tinha visto notas de 50 libras na minha vida”, disse Wickett, na mesma entrevista. Apesar de ter passado por diversas bandas e ter assinado discos em nome próprio, Andy Wickett nunca conseguiria atingir o estatuto da banda que deixou no início dos anos 1980, ou da banda punk que formara antes, os TV Eye. A capa do disco lançado em 2018 – “Creatures of Love – Andy Wickett & World Service” – tem um “selo” onde se percebe que, apesar do talento, Wickett tem plena consciência de ter atingido o pico da fama quando estava lado a lado com John Taylor, Nick Rhodes e Simon Colley, em 1980, o ano em que as demos que gravou chegaram às mãos da editora EMI. Pode ler-se, naquele “insert” com fundo vermelho – para garantir o devido contraste com o azul dominante da capa – o seguinte: “O novo álbum do vocalista original dos Duran Duran”. Avaliação do Polígrafo:
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