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  • As imagens estão a indignar muitos utilizadores do Facebook. Mostram um jovem a viajar num comboio na linha de Sintra. Nada seria anormal, caso o rapaz não fosse no exterior da composição, pendurado na parte traseira. Tendo em conta a velocidade, o risco de queda parece iminente. O vídeo dura 30 segundos e, a avaliar pelas roupas de inverno que o jovem usa, terá sido gravado há muito pouco tempo. Apesar do risco, é clara a felicidade do envolvido que, em modo selfie, entre o vento que vai entrando pelo microfone, diz: “Não quero escola, não quero nada (…) tão rápido!”. A atividade parece um desafio, uma aprovação de que o jovem precisa para ser elevado à categoria dos corajosos das redes sociais. Multiplicam-se os comentários às várias publicações que partilham o vídeo, regra geral, críticos: “Já vi macacos pendurados em árvores, mas em comboios… nunca! Portugal é mesmo um país à parte.” ou “Quando lhe derem o devido tratamento, vamos dizer que é racismo”. Ainda assim, há quem não encontre nada de anormal na prática: “Só vejo estupidez, mas não é no jovem, é nos comentários. O rapaz [de etnia africana] está ali a divertir-se à brava e vocês só o vêm criticar”. “Temos conhecimento de outros vídeos idênticos.” Lamentando o comportamento perigoso, a PSP garante que “até ao momento, não temos registo de vítimas leves, graves ou mortais, na nossa área de responsabilidade”. A verdade é que este não é um caso isolado. Uma breve pesquisa no Facebook permite chegar a outro vídeo semelhante. Também na linha de Sintra, mas aparentemente no Verão, outro jovem faz o mesmo: “Tá fodid*, o comboio estava cheio. Filho da puta, fod*-se. Acham que eu ia ficar à espera de outro comboio?”. O mau serviço da CP parece justificar a viagem ilegal, mas a expressão do jovem é evidente: a adrenalina supera qualquer necessidade de viajar daquela forma. Uma outra imagem, sugerida em comentários relacionados com estas publicações, mostra, mais a norte, seis jovens na traseira de uma carruagem de metro, no Porto. Só não se percebe se o comboio está parado, ou em movimento. Contactada pelo Polígrafo no sentido de perceber se estamos perante um fenómeno localizado ou se é um daqueles desafios que recorrentemente surgem nas redes sociais, a PSP apenas confirma que está a par da publicação deste tipo de eventos nas redes sociais. Mais: “Temos conhecimento de outros vídeos idênticos.” Lamentando o comportamento perigoso, a autoridade policial garante que “até ao momento, não temos registo de vítimas leves, graves ou mortais, na nossa área de responsabilidade”. Relacionando a perigosidade da prática e a inexistência de vítimas, não é possível afirmar com segurança que se trata de uma moda ou de um desafio viral. Ainda assim, a PSP garante que está, em permanência, a acompanhar o fenómeno. Este tipo de viagem chama-se train surfing – em português, surf ferroviário. Feita por necessidade ou diversão, consiste em seguir caminho em cima ou nas laterais das carruagens. É extremamente arriscado e por vezes resulta na morte dos praticantes. Desengane-se quem pensa que a atividade é recente. Prova disso são as icónicas imagens de comboios cravados de pessoas, no interior e no exterior, na Índia, no Bangladesh ou na Indonésia. Porém, lá, as deslocações são feitas por necessidade. No ocidente, regra geral, a prática relaciona-se com a adrenalina que dela resulta e com o desafio às regras de cidadania e de segurança. Avaliação do Polígrafo:
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