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| - Rui Rio falou durante 40 minutos num discurso que não perdeu de vista o Governo de António Costa. O encerramento do 39.º Congresso Nacional do PSD, no domingo, em Santa Maria da Feira, ficou marcado por sucessivas acusações ao Executivo socialista, quer no que respeita ao apoio às empresas, quer na “falta de capacidade de gerir serviços públicos”.
“O Governo do PS e as esquerdas unidas desautorizaram os professores, desinvestiram na escola pública, desprezaram o ensino profissional, ignoraram a educação na infância. Deixaram desprotegidos os setores mais desprotegidos da população para os quais não há alternativa para a escola pública”, apontou o reeleito presidente do PSD.
“Quiseram desenvolver competências dos alunos, mas desvalorizaram o conhecimento. Quiseram reduzir o número de alunos por turma, mas fizeram-no de forma tão atabalhoada que agora se debatem com a falta de professores em alguns grupos de docência”, acrescentou, reforçando que “o legado deixado no setor da Educação é pesado, mas o PSD aqui está para transmitir um sinal de esperança e de ambição a alunos, pais e professores”.
Rio disse ainda não ser “compreensível que a uma profissão tão decisiva para a formação das novas gerações, ou seja, para o futuro do país, não sejam conferidas a dignidade e as condições de trabalho que merece” e que “um Governo do PSD terá de dar uma especial atenção aos professores“.
As palavras de força e reconhecimento continuaram discurso fora, com os presentes a aplaudirem Rio frase após frase: “Na pandemia, o Ministério da Educação falhou, mas não falhou a maioria dos professores, a quem devemos uma palavra de reconhecimento pela difícil tarefa que tiveram e que, em parte, ainda têm”.
Nas redes sociais, onde as declarações do líder do PSD foram largamente partilhadas, os internautas lembraram um momento do social-democrata em 2019, quando este se pronunciava sobre o excesso de professores em Portugal.
De facto, numa entrevista à Rádio Observador, em julho de 2019, Rio disse que “o mais importante é a arrumação dos funcionários públicos. Por exemplo, temos professores a mais, infelizmente“, sugerindo a realização de uma uma auditoria para se perceber se Portugal estaria a desperdiçar recursos.
“O que disse que fiz, uma auditoria de recursos humanos, não era para culpar ninguém, mas para gerir melhor. Uma vez chegada ao Governo, se a pessoa for intelectualmente séria, não tem outro caminho que não seja fazer isso, porque senão estamos a desperdiçar recursos de forma brutal. No fim, pode até nem reduzir funcionários públicos e aumentar um pouco, mas o que aqui é mais importante é a arrumação dos funcionários públicos”, afirmou o líder do PSD.
“Os professores, por exemplo: há professores a mais, infelizmente, o que significa que temos um problema de natalidade, há menos crianças. Tudo isto tem que ser equilibrado”, sustentou.
Em suma, é inegável que, em apenas dois anos, Rui Rio esteve dos dois lados da barricada. Dois anos depois das primeiras declarações, em que afirmava que havia professores a mais, e a um mês das eleições legislativas, o líder do PSD prometeu dar “uma atenção especial” a esta classe profissional, alertando para uma possível “grave carência de professores” no futuro.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
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