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| - “Uma vergonha! Quem autorizou isto? Ela serviu para cobrir os nossos heróis da pátria, hoje é espezinhada… Deviam ser castigados estes senhores”, denuncia-se na mensagem da publicação.
“Bandeira nacional a servir de alcatifa! Amigos, por favor reenviem ao maior número de pessoas, pois todos têm que saber o que se faz por este país! Como pode existir alguém que se atreva a fazer esta ‘decoração’?! O Hotel Torel Avantgarde, um hotel boutique de cinco estrelas no coração da cidade do Porto, fez uma escolha inusitada como tapete de receção”, descreve-se em torno da imagem, para depois rematar da seguinte forma: “Se não visse foto não acreditava!”
Verdade ou falsidade?
A imagem é autêntica, mas é antiga e está descontextualizada. De facto, a origem desta história remonta a 20 de novembro de 2017, quando o jornal “Observador” noticiou que “hotel do Porto utiliza bandeira nacional como tapete. E retira-a após críticas nas redes sociais”.
“Foi a ‘irritação’ da manhã no Facebook e no Twitter – mas a situação foi entretanto resolvida. A bandeira nacional portuguesa foi utilizada como tapete (o artigo de decoração é da autoria da empresa Ferreira de Sá) na receção de um luxuoso hotel do Porto, o Hotel Torel Avantgarde, em plena Rua da Restauração”, lê-se no artigo de 2017.
“O Coronel Duarte Costa, por exemplo, escreveu na sua conta de Facebook que ‘ver a bandeira nacional transformada em tapete, usada como vulgar capacho, fere-me no meu mais íntimo âmago de cidadão português’. E acrescentou: ‘Sim, devia ser proibido. Sim é uma falta de respeito punida por lei. Sim senti-me envergonhado. Sim este meu Portugal merecia melhor…’ A página de Facebook do Hotel Torel Avantgarde foi depois inundada de comentários críticos, o que obrigaria a direção do hotel a reagir em comunicado – um comunicado onde se ficou a saber que o tapete polémico foi retirado“, conclui-se.
Ou seja, a história é verdadeira, o tapete similar à bandeira nacional chegou mesmo a estar instalado no referido hotel, mas devido às críticas suscitadas na altura em que se soube (ao nível nacional, através das redes sociais) da sua existência, a 20 de novembro de 2017, acabou por ser retirado.
Ora, a publicação sob análise data de janeiro de 2019, apresentando o tapete polémico como se ainda estivesse instalado no hotel. E entretanto continua a ser partilhada em fevereiro de 2020, como se fosse atual e como se o tapete ainda existisse. Optamos contudo pela classificação intermédia de “Impreciso”, na medida em que a imagem é autêntica, o tapete existiu e chegou a estar instalado no hotel, embora tenha sido retirado há mais de dois anos.
Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Misto: as alegações do conteúdo são uma mistura de factos precisos e imprecisos ou a principal alegação é enganadora ou incompleta.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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