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| - As primeiras declarações foram feitas a 6 de abril, quando Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, assegurou, no final da sessão comemorativa do Dia da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), que todos os bombeiros estariam vacinados contra a Covid-19 antes da “época mais crítica de combate a incêndios florestais”, com a inoculação dos cerca de nove mil elementos em falta.
Uma semana depois, em audição no parlamento a 13 de abril, o ministro informava que “os bombeiros concluirão esta semana [12 a 17 de abril] integralmente o processo de vacinação em primeira dose”. Isso permitiria, precisou Eduardo Cabrita, “estarem prontos não só para a resposta pré-hospitalar, que nunca deixaram de assegurar, mas também para aquilo que é o natural aproximar de épocas em que haverá um maior número de incêndios rurais”.
O Polígrafo contactou o Ministério da Administração Interna (MAI), a Liga dos Bombeiros Portugueses e o grupo de trabalho para o Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19, para perceber em que ponto está, afinal, a vacinação deste grupo profissional.
Ao Polígrafo, em resposta enviada no dia 22 de abril, nove dias depois das declarações de Eduardo Cabrita, o Ministério da Administração Interna (MAI), sem fazer qualquer referência ao ritmo atual de vacinação, assegura que, até ao dia 19 de abril, segunda feira, foram vacinados “cerca de 25.500 bombeiros com pelo menos uma dose da vacina do SARS-CoV-2″.
Por vacinar estão ainda as bombeiras grávidas, os bombeiros que já estiveram infetados, os que declararam não querer ser vacinados, os que apresentam contra indicações e os que não residem – ou não se encontram – em território nacional, acrescentou o MAI.
Dados distintos fornece o grupo de trabalho (ou task force) do Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19, que informa terem sido vacinados, numa primeira fase, “cerca de 15 mil bombeiros”, sejam eles voluntários, sapadores ou municipais, sendo que neste momento, em antecipação à época dos incêndios florestais, está ainda “a decorrer a vacinação de 9.200 bombeiros”.
Contactado pelo Polígrafo, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, assegura que, ao contrário daquilo que é afirmado pelas duas entidades supracitadas, “foram vacinados, numa primeira fase, cerca de 17.000 bombeiros, o que equivale a cerca de 58% do total” da corporação. Mais, na segunda fase de vacinação, que arrancou a 12 de abril, só foram vacinados, “até ao momento, cerca de 3.000 bombeiros”, detalha.
Assim sendo, “de um total de cerca de 30.000 bombeiros, neste momento estão vacinados aproximadamente 20 mil“, assegura Marta Soares, acrescentando que este processo de vacinação está a decorrer por grupos etários, ordem definida pela ANEPC.
Em suma, olhando para qualquer um dos dados fornecidos, não é seguro afirmar que todos os bombeiros tenham sido vacinados durante a semana de 12 a 17 de abril, até pelo contrário. Segundo a informação disponibilizada pela task force ou pela Liga dos Bombeiros Portugueses, o processo de vacinação continua a decorrer neste grupo profissional prioritário.
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Avaliação do Polígrafo:
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