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| - Numa publicação de 28 de março no Facebook alerta-se para a “correção de um erro”, após a alegada “reabilitação dos motores a combustão”. Garante-se que “a Alemanha e a União Europeia chegaram a acordo” e que “os motores de combustão continuam pós-2035”.
O autor do post em análise alega ainda que estes motores “não são responsáveis por nenhum ‘aquecimento global’ antropogénico, assim como nenhuma outra atividade humana”. Ou seja, nega de uma forma geral que existam sequer alterações climáticas.
Em primeiro lugar, importa esclarecer que, tal como verificou o Polígrafo no passado, é falso que as alterações climáticas e o aquecimento global sejam uma “invenção”. As alterações climáticas existem, estão documentadas e tanto as suas causas quanto os seus efeitos são ainda hoje objeto de estudo científico. Existe, inclusive, um consenso científico sobre a influência da ação humana no aquecimento global do planeta, um fenómeno enquadrado nestas mudanças nos padrões do clima.
Passando à questão levantada na publicação em causa. Em outubro de 2022, o presidente da Comissão do Ambiente do Parlamento Europeu, Pascal Canfin, utilizou o Twitter para anunciar a aprovação da medida europeia que colocava fim à produção de automóveis que queimam combustíveis fósseis.
[twitter url=”https://twitter.com/pcanfin/status/1585703696377303041?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1585703696377303041%7Ctwgr%5Ead2e5fecf24b767574a7aba6aebd976e800e898b%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fobservador.pt%2F2022%2F10%2F28%2Fhistorico-aprovado-fim-dos-carros-a-combustao-a-partir-de-2035-so-electricos-na-europa%2F”/]
O texto final que propunha a proibição da venda deste tipo de veículos, na Europa, tinha sido negociado com os diferentes Estados-Membros, com a implementação de fases de transição, e depois submetido a votação dos eurodeputados e acabou aprovado. Recentemente, em fevereiro de 2023, o Parlamento Europeu aprovou formalmente esta lei que proíbe a venda de carros novos ligeiros de passageiros e de mercadorias a gasolina ou a gasóleo na União Europeia daqui a 12 anos. Pode consultar a legislação aqui.
Mas de onde surgiu esta alegação de que a UE tinha recuado nesta decisão?
Já depois de as novas regras terem sido aprovadas pelo Parlamento Europeu em fevereiro, a Alemanha, por não ter conseguido alcançar consenso dentro do próprio Governo, pediu à Comissão Europeia que os carros movidos a combustíveis sintéticos fossem excluídos da meta de 2035.
Tal como noticiou o “Expresso“, a 25 de março, Alemanha e Bruxelas chegaram a um acordo. A Comissão Europeia cedeu a uma das condições exigidas pelos alemães, de que os carros com motor de combustão movidos a eletrcombustíveis – um tipo de combustível sintético neutro em carbono – possam continuar a circular depois de 2035.
Ou seja, não houve um recuo completo na medida de abolição da produção e venda de veículos com motor de combustão, como se alega em definitivo na publicação. Falta a devida contextualização à informação, apenas serão permitidos aqueles que se movam a e-fuel.
Vários especialistas defendem que os eletrcombustíveis não são uma solução viável. Luca de Meo, CEO da Renault, afirmou em reação à exigência alemã, que os e-fuels são “uma solução de nicho, pois não há rede de produção ou distribuição” deste combustível produzido a partir de hidrogénio verde e de carbono capturado na atmosfera.
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Avaliação do Polígrafo:
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