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  • “Na mesma loja nunca passem o cartão em duas máquinas diferentes com a desculpa de avaria no leitor de uma das máquinas. Estão a ser detetadas cópias de cartões multibanco a um ritmo assustador. A maior parte delas em estações de serviço e bombas de gasolina (empregados espertos). Desconfiem se o funcionário do estabelecimento comercial vos pedir para passarem o cartão por duas máquinas diferentes! A primeira é um gravador que lê a banda magnética e o respetivo PIN do vosso cartão. A segunda é que é a de pagamento”, pode ler-se na publicação, apresentada como sendo um “alerta do Banco de Portugal”. O autor da mensagem, que já conta com pelo menos 15 mil partilhas, divulga ainda a suposta fonte da mensagem: uma técnica superior da Direção-Geral do Consumidor (DGC). Este suposto alerta do Banco de Portugal é autêntico? Ao Polígrafo, fonte da DGC assegura que a informação propagada na mensagem em análise é falsa: “Informamos que o conteúdo não é correto e que já anteriormente divulgámos publicamente a sua não veracidade”. A entidade governamental publicou uma nota no site oficial, a 23 de março de 2020, intitulada “Notícias falsas – desconfie e não partilhe por impulso tudo o que recebe” e na qual é referido o “Alerta do Banco de Portugal”. Este suposto aviso de fraude não é recente: a primeira vez que a DGC teve conhecimento desta informação falsa “terá sido há perto de 6 anos”. Desde então, a publicação tem circulado por grupos de WhatsApp e redes sociais. “Esta mensagem tem muito pontualmente motivado perguntas de consumidores ao longo dos anos, embora seja algo raro. No início da pandemia, optámos por fazer um esclarecimento público, face ao escalar de notícias falsas sobre vários temas e a especial vulnerabilidade em que se encontravam os consumidores nesse período”, explica a mesma fonte. Da parte do Banco de Portugal (BdP) também se garante não ter sido emitido “qualquer alerta ou esclarecimento analógico sobre o tipo de fraude descrita” na publicação. Mais se explica que, “na Europa, a banda magnética não é, por norma, utilizada para efetuar pagamentos. A generalidade dos pagamentos são já efetuados com recurso ao chip que se encontra embutido nos cartões de pagamento”. Esta técnica é considerada “mais segura” já que “cumpre os requisitos de autenticação forte do cliente nos pagamentos eletrónicos, obrigatórios desde 14 de setembro de 2019”. Tendo em conta a informação avançada pela DGC, quando este falso alerta começou a circular, as bandas magnéticas seriam a principal forma de pagamento por cartão. Num documento de boas práticas para os titulares de cartões publicado pelo Banco de Portugal, é aconselhado que o utilizador se certifique, antes de realizar a transação, “de que o terminal de pagamento automático apresenta um aspeto normal, sem sinais visíveis de alteração ou danos físicos”. Apela-se também, entre outras recomendações, que o cliente garanta “que a operação não é repetida sem que o TPA apresente uma mensagem de que a primeira tentativa foi anulada ou mal sucedida”. Em resposta ao Polígrafo, a mesma fonte do banco central explica que “a realização de cópias da banda magnética do cartão através dos terminais de pagamento automático só será eventualmente possível com uma adulteração fraudulenta desses equipamentos”. Por isso, aconselha-se, “é muito importante que os clientes não percam o seu cartão de vista. Caso a compra tenha sido concluída com sucesso através do chip (com inserção do cartão no terminal), não existe nenhuma razão que justifique uma leitura da banda magnética do mesmo cartão”. Se o consumidor detetar qualquer situação irregular aquando da utilização do cartão, deverá “notificar de imediato o prestador de serviços de pagamento emitente do cartão, ou a entidade designada por este último”. Também em situações de perda, roubou, apropriação abusiva ou qualquer utilização não autorizada do cartão bancário deverá entrar em contacto com a companhia emissora do cartão. __________________________________________ Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social. Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é: Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos. Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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