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| - O que estão compartilhando: vídeo em que homem afirma que os atores de Hollywood Jean-Claude Van Damme, Ben Stiller, Sean Penn, Orlando Bloom e Angelina Jolie viajaram para a Ucrânia com dinheiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. O vídeo não cita fontes nem mostra provas dos supostos pagamentos a famosos. O Verifica fez pesquisas no site de transparência da USAID e em reportagens da imprensa profissional, mas não encontrou evidências de repasses a essas celebridades. Ben Stiller, Sean Penn e Orlando Bloom declararam que financiaram suas viagens à Ucrânia com recursos próprios.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), órgão do qual Angelina Jolie é embaixadora da boa vontade, informou que a atriz viajou ao país com seu próprio dinheiro. Já o Fundo das Nações Unidas para as Crianças (Unicef), do qual Bloom é embaixador da boa vontade, também confirmou que o ator não recebeu nada para visitar a Ucrânia.
Além disso, o vídeo mostra a logomarca do canal E! Entertainment de forma indevida. A emissora comunicou que o vídeo e a história “não são autênticos e não originaram pela E! News”.
Saiba mais: Segundo o vídeo, os atores Jean-Claude Van Damme, Ben Stiller, Sean Penn, Orlando Bloom e Angelina Jolie teriam recebido, respectivamente, U$ 1,5 milhão, U$ 4 milhões, U$ 5 milhões, U$ 8 milhões e U$ 20 milhões para viajar à Ucrânia.
O vídeo mostra a logo do E! Entertainment, um canal de notícias de entretenimento americano. No site oficial do E!, não há foi publicada nenhuma notícia semelhante. Um porta-voz do veículo informou à AFP em 5 de fevereiro que o vídeo e a história “não são autênticos e não originaram pela E! News”.
Como mostrou o Estadão, os atores Angelina Jolie e Ben Stiller visitaram a Ucrânia em 2022. Os dois são embaixadores da boa vontade do ACNUR e foram ao país como enviados especiais. A agência da ONU no Brasil informou que sua política é de que voluntários de alto perfil devem arcar com suas próprias despesas durante as missões.
“Toda e qualquer pessoa de alto perfil que apoia o ACNUR deve arcar com as suas próprias despesas integrais, como deslocamento, estadia, alimentação... Todas as despesas são pagas por elas próprias”, esclareceu.
O escritório do ACNUR nas Américas informou que Angelina Jolie viajou, em 2022, por conta própria. “Portanto, o ACNUR não teve envolvimento nesta visita específica”, disse por e-mail.
Ben Stiller declarou na rede social X que pagou por suas próprias despesas durante a viagem à Ucrânia.
“Totalmente falso. Inverídico. São mentiras vindas da mídia russa. Eu financiei completamente minha viagem humanitária à Ucrânia com recursos próprios. Não houve financiamento da USAID e certamente nenhum pagamento pessoal”, escreveu.
Outro ator citado no boato, Sean Penn esteve no país para gravar o documentário Superpower, sobre a Ucrânia e o presidente Volodimir Zelensky. Ele estava em Kiev quando os primeiros mísseis russos atingiram o país em 24 de fevereiro de 2022. O advogado do ator negou, à AFP, que a viagem tenha sido paga pela USAID.
O ator Orlando Bloom esteve no país como embaixador da boa vontade do Fundo das Nações Unidas para as Crianças (Unicef), posição que ocupa desde 2009. O órgão disse ao Verifica que “nenhum dinheiro de USAID foi utilizado para qualquer aspecto das viagens de Orlando Bloom à Ucrânia”.
O ator publicou em sua conta no Instagram uma nota desmentindo o boato. “Desinformação pode ser facilmente disseminada. Todo o meu trabalho com o Unicef foi feito de forma voluntária. Nunca recebi remuneração da USAID ou do Unicef. Qualquer relato em contrário é completamente falso”, publicou.
Jean-Claude Van Damme visitou Kiev também em 2022, e foi visto com soldados gritando “Glória à Ucrânia”. A reportagem não conseguiu encontrar informações adicionais sobre a viagem do ator e respectivas despesas.
Iniciativas de checagem no mundo inteiro analisaram o conteúdo, chegando à conclusão de que ele é falso (1, 2, 3, 4). No Brasil, esse conteúdo também foi checado por AFP e Reuters.
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