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  • Após atraso em vacinação, Bolsonaro aposta em tratamentos sem comprovação Em sua live semanal, na noite de hoje, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a citar medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19, exagerou números de vacinação no país e mentiu sobre a condução da crise do coronavírus em Manaus. A transmissão contou com a participação dos ministros Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e Ricardo Salles (Meio Ambiente). O presidente voltou a dizer que o "Supremo Tribunal Federal determinou que estados e municípios poderiam ficar à vontade para tomar todas medidas para combater o vírus", omitindo que a decisão do STF, embora concedesse autonomia a governadores e prefeitos, não eximiu o governo federal de adotar medidas contra o coronavírus. Ainda ironizou a preocupação com o ritmo de vacinação no país ao dizer que "é impressionante como só se fala em vacina, né?" para depois defender o uso de hidroxicloroquina e nitazoxanida. O UOL Confere verificou as declarações dadas ao longo da live de hoje: Falso: Cloroquina 'não faz mal' Eu tomei um negócio no ano passado, se eu tiver problema de novo, eu vou tomar a mesma coisa e que não faz mal. E aquilo que eu tomei serve para malária, lúpus e artrite. Jair Bolsonaro Bolsonaro não citou nominalmente a hidroxicloroquina, mas aludiu à medicação e mentiu ao afirmar que ela "não faz mal". Entidades médicas já alertaram sobre os riscos de seu uso e o próprio Ministério da Saúde, no ano passado, ao lançar o protocolo para o uso da medicação no combate à covid-19, apresentava termo de consentimento a ser assinado por médico e paciente sobre o consentimento de efeitos colaterais da droga. O UOL já noticiou sobre pacientes que desenvolveram hepatite após uso da medicação e de casos em que foi necessário transplante de fígado. Falso: Não é comprovado uso da nitazoxanida contra covid-19 [Nitazoxanida] isso é comprovado cientificamente, agora tem a comprovação feita também nos EUA e na Argentina. Além disso, temos um remédio nacional desenvolvido especificamente para covid. Marcos Pontes, ministro da Ciência e Tecnologia Em outubro foram divulgadas pesquisas prévias sobre o vermífugo nitazoxanida, também conhecido como Annita, que supostamente diminui a carga viral de pacientes. No entanto não houve abertura de dados e porcentagens para que o estudo fosse devidamente validado. No mesmo mês, o Ministério da Ciência e Tecnologia apresentou um infográfico genérico, retirado de um banco de imagens, para divulgar o estudo, sem informações completas sobre a metodologia e os dados obtidos. Em janeiro, a pasta desistiu de disponibilizar o vermífugo na rede pública de saúde. A medicação traz contraindicações e não deve ser usada por pessoas alérgicas ao seu princípio ativo, diabéticos, pessoas com doenças do fígado ou do rim. Enganoso: Brasil próximo de vacinar 1 milhão por dia Estamos quase mantendo a meta de 1 milhão de vacinados por dia. Jair Bolsonaro Em dez dos 22 dias do mês, o país registrou mais de 900 mil vacinados contra a covid-19 —cinco dos dias tiveram mais de 1 milhão de doses aplicadas. Os dados são do consórcio de imprensa que reúne informações fornecidas pelas secretarias estaduais de saúde. No entanto, ontem o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que o fim da imunização do grupo prioritário foi adiado em quatro meses, de maio para setembro. A fala de Bolsonaro também ignora a suspensão da vacinação em diversos municípios por falta de doses. O gráfico abaixo aponta a quantidade de pessoas vacinadas no mês de abril, tanto por dados apresentados pelo consórcio como por dados disponíveis em painel da Saúde. Os cálculos consideram o total de vacinas inoculadas, sem diferenciar primeira e segunda dose. Falso: Governo foi alertado sobre falta de oxigênio em Manaus Nosso trabalho em Manaus, do [general Eduardo] Pazuello, foi muito bem feito na região. Lamentamos a morte, mas ninguém esperava por aquilo. Governo brasileiro fez sua parte. Jair Bolsonaro Apesar de Bolsonaro afirmar reiteradamente que o governo fez sua parte na crise de Manaus, o Ministério da Saúde teve uma semana para agir e evitar o colapso no fornecimento de oxigênio da capital amazonense. Segundo reportagem do UOL, a pasta foi comunicada sobre a situação em 7 de janeiro. O oxigênio na cidade começou a faltar no dia 14, provocando a morte de milhares de pessoas. Outra reportagem, da Folha, mostrou que o governo ignorou alertas em série sobre a falta de oxigênio, tanto do governo do Amazonas como da empresa fornecedora dias antes do colapso. Falso: Não é só o Brasil que tem nióbio Nós temos no Brasil, só o Brasil tem, pelo que se sabe até o momento, o nióbio. Jair Bolsonaro O Brasil tem cerca de 98% da reserva global de nióbio, segundo o Serviço Geológico do Brasil. Embora seja detentor da maior parte das minas do elemento, não é o único país a contar com reservas: também há minas na Rússia, nos Estados Unidos e em alguns países africanos. Cerca de 90% da comercialização de nióbio no mundo é concentrada no Brasil, que apresenta larga vantagem sobre outros comerciantes como Canadá e Austrália. No entanto, o mercado global de nióbio é pequeno e as operações de extração são caras. Verdadeiro: 600 lixões foram desativados no último ano O senhor, em dois anos, lançou o programa lixão zero, apoiou municípios, fez logística reversa e, como acabou de destacar, reduzimos só neste último ano, 600 lixões foram fechados no Brasil inteiro. Jair Bolsonaro a Ricardo Salles De acordo com levantamento da Abetre (Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes), mais de 600 lixões foram desativados em um período de um ano no Brasil. O encerramento é promovido pelo programa Lixão Zero, lançado em 2019 pelo Ministério do Meio Ambiente. ID: {{comments.info.id}} URL: {{comments.info.url}} Ocorreu um erro ao carregar os comentários. Por favor, tente novamente mais tarde. {{comments.total}} Comentário {{comments.total}} Comentários Seja o primeiro a comentar Essa discussão está encerrada Não é possivel enviar novos comentários. Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar. Só assinantes do UOL podem comentar Ainda não é assinante? Assine já. Se você já é assinante do UOL, faça seu login. O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.
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