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| - “As sanções a funcionar super bem. Rublo valoriza contra o euro a valores de 2020. Génios, os nossos políticos, absolutos génios… Ou seja, não só o preço fica mais caro pelo conflito, como também o próprio câmbio joga contra nós”, destaca publicação de 1 de maio, difundida no Facebook a par com um gráfico ilustrativo da relação rublo/euro entre 2018 e 2022.
A alegação está certa?
Sim. Apesar das sucessivas quedas e de ter atingido um mínimo histórico em fevereiro de 2022, o rublo voltou aos números de 2020 e parece mesmo estar a recuperar valores máximos dos últimos dois anos.
Segundo o “Financial Times”, o rublo caiu para quase 118 em relação ao dólar norte-americano nas negociações de 28 de fevereiro. Os dados da Bloomberg revelam ainda que a taxa de câmbio recuperou para cerca de 105 rublos, naquilo que os participantes do mercado descreveram como condições de negociação profundamente tensas que dificultavam a venda de estrangeiros.
Para colmatar perdas, o banco central russo já tinha subido os juros para mais do dobro, além de ter imposto controlos de capitais. Até agora, o efeito mais visível das sanções económicas ocidentais à Rússia foi mesmo a cotação do rublo, que caiu até aos 29% nesse dia de negociações.
Ainda assim, e apesar dos embargos ao petróleo russo, a verdade é que, quer face ao dólar quer face ao euro, o rublo está a recuperar para os valores de 2020: no primeiro trimestre desse ano, o rublo russo variou, para 1 euro, entre os 69 e os 85 rublos; neste momento, a 13 de maio de 2022, cifra-se nos 65, numa tendência de ganhos consecutivos face ao euro.
“Nas últimas quatro semanas, o câmbio rublo/euro ganhou 55,11% e, nos últimos 12 meses, o seu preço subiu 38,08%”.
“O rublo russo foi negociado a 65,2381 nesta sexta-feira, 13 de maio, aumentando 0,79% desde o último registo. Olhando para trás, nas últimas quatro semanas, o câmbio rublo/euro ganhou 55,11% e, nos últimos 12 meses, o seu preço subiu 38,08%“. As previsões dos modelos macro globais da “TradingEconomics” são de que o euro atinja os 72,3607 rublos no final deste trimestre e os 79,4840 no período de um ano.
Apesar desta rápida e recente recuperação do rublo face às duas principais moedas do ocidente, ao “Financial Times” Natalya Zubarevich, diretora do programa regional do Instituto Independente de Política Social, considera que não há forma de a Rússia escapar às sanções. O problema, refere, é que as pessoas esperam resultados “muito rápidos”, sendo que “as sanções não funcionam rapidamente” e “terão efeito ao longo de meses, não dias”.
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Avaliação do Polígrafo:
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