schema:text
| - “Máquinas paradas pedidas pelos espanhóis. Máquinas de rasto dos bombeiros portugueses desaproveitadas em Portugal rumaram esta tarde para Espanha, a pedido dos bombeiros daquele país para apoiar o combate a um incêndio na Raia. Estranho não é o pedido espanhol. Estranho é o facto de as máquinas não estarem a ser usadas em Portugal“, lê-se no post de 16 de julho no Facebook, remetido ao Polígrafo com pedido de verificação de factos. A autoria ou origem do texto é atribuída à “Liga dos Bombeiros Portugal”.
De facto, a 15 de julho, na página da Liga dos Bombeiros Portugueses (denominação correta) no Facebook surgiu uma publicação similar, com o mesmo texto e a mesma imagem da máquina de rasto.
Contactado pelo Polígrafo, António Nunes, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, explica o contexto da publicação: “Durante a semana passada houve uma semana inteira de incêndios, em vários pontos do país, e chegou ao nosso conhecimento que essa máquina não foi acionada para nenhum incêndio. Entretanto, houve um incêndio em Espanha, junto à fronteira portuguesa, no distrito de Bragança, e os meios de combate espanhóis solicitaram a intervenção das máquinas de Macedo de Cavaleiros”.
De acordo com Nunes, a intenção do post consistia em manifestar a estranheza da Liga dos Bombeiros Portugueses perante o facto de a referida máquina “não ter sido utilizada em Portugal durante oito dias“, quando se registaram incêndios com elevada dimensão, mas depois ser acionada em Espanha.
“O que quisemos dar a entender foi que quando houve um incêndio em Espanha onde deveriam ser utilizadas máquinas de rasto, estas foram imediatamente solicitadas através do acordo transfronteiriço. Em Portugal, apesar de termos esse meio disponível, parece que não houve necessidade de o utilizar antes”, sublinha.
Também questionada pelo Polígrafo sobre esta matéria, fonte oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) começa por informar que a máquina em causa pertence ao Corpo de Bombeiros de Macedo de Cavaleiros. Acrescenta que este equipamento “foi mobilizado pelo Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Bragança no passado dia 15 de julho e empenhado em território nacional, no concelho de Bragança, conjuntamente com outras oito máquinas de rasto (sete máquinas de rasto portuguesas pertencentes aos municípios daquele distrito e uma máquina de rasto espanhola), para combate a um incêndio que teve início em Espanha e que afetou o território nacional“.
A mesma fonte garante que a máquina da imagem “tem sido empenhada recorrentemente sempre que se justifique, por solicitação do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Bragança e/ou pelo Comando Regional de Emergência e Proteção Civil do Norte”. Nesse âmbito dá como exemplo a mobilização do equipamento, a 17 de julho, para o incêndio em Murça, no distrito de Vila Real.
Em resposta à alegação da Liga dos Bombeiros Portugueses, de que a máquina de rasto não tinha sido acionada na semana anterior à sua requisição para o combate ao incêndio que decorria em território português e espanhol, a ANEPC indica que “esta tipologia de meios é mobilizada sempre que necessário, considerando a localização dos incêndios e a eficácia e eficiência da sua utilização”.
___________________________________
Avaliação do Polígrafo:
|