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| - “Não sei se alguém reparou… Mas a Suécia, há uns tempos, reintroduziu o Serviço Militar Obrigatório e aumentou o orçamento da Defesa em cerca de 40%. Devem ser loucos e ‘belicistas'”, escreve o autor de uma publicação datada de 4 de março.
O post foi partilhado numa altura em que as ameaças russas de “repercussões militares sérias” à Suécia e à Finlândia caso decidam aderir à NATO estão a ter o efeito oposto, ou seja, a maioria da população da ambos os países apoia a adesão à Aliança Atlântica.
Os dois países ainda não tomaram qualquer decisão oficial. Até agora, a Suécia preferiu sempre uma abordagem neutra aos conflitos externos e a Finlândia segue a doutrina Paasikivi-Kekkonen e, por isso, não apoiou nenhum dos dois blocos durante a Guerra Fria.
Mas será verdade que a Suécia tem reforçado o orçamento da Defesa e instituiu novamente o serviço militar obrigatório?
De facto, a Suécia tinha abandonado o serviço militar obrigatório em 2010, mas reintroduziu a medida em 2017, com efeitos a partir de 1 de janeiro de 2018. Na altura, o ministro da Defesa, Peter Hultqvist, justificou a decisão com a falta de pessoal e com o clima de tensão na região do Báltico provocado pela Rússia.
“Temos a anexação russa da Crimeia, temos a agressão na Ucrânia, temos mais exercícios militares na nossa vizinhança. Por isso decidimos construir uma defesa nacional mais forte. A decisão de ativar o recrutamento deve-se em parte a isto”, disse o ministro sueco em março de 2017.
Quanto ao orçamento militar, também é verdade que foi aprovado pelo Parlamento sueco, em dezembro de 2020, um aumento de 40% até 2025, ou seja, uma verba superior a 11 mil milhões de euros. Este foi o maior investimento do país nórdico em Defesa desde a década de 1950, que o Governo justificou com os “indícios de que as capacidades militares da Rússia aumentem ao longo dos próximos dez anos”.
O ministro da Defesa sueco salientou, quando apresentou a proposta em outubro de 2020, que a segurança da região “deteriorou-se ao longo do tempo devido às ações da Rússia” e que, por isso, “um ataque armado à Suécia não pode ser descartado”. “Temos uma situação em que o lado russo está disposto a usar meios militares para atingir objectivos políticos. Com base nisso, temos de lidar com uma nova situação de segurança geopolítica”, acrescentou Peter Hultqvist.
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