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| - “Relativamente à obra dita de ‘reabilitação’ do Castelo de Ourém, ao usar estas escadas não me sinto num castelo com séculos de história, mas sim nas atuais escadas das traseiras de um qualquer prédio moderno. Desde criança muitas vezes visitei este castelo, de que gosto muito”, lê-se em publicação no Facebook, de dia 4 de agosto.
Dois dias depois, quando as imagens já eram conhecidas, sucederam-se uma série de posts semelhantes: “Obras de restauro no Castelo de Ourém. Substituição da escadaria por uma em betão? Agora só falta rebocar as paredes, fazer umas divisórias em ‘pladur’ e colocar painéis solares nas ameias!”; “Ao ser real esta foto é para mim mais um atentado arquitetónico do que outra coisa. E nem queda tenho para arquiteto. Uma completa desvirtuação do património histórico, penso que ficaria melhor, muito melhor, uma boa limpeza da pedra e eventualmente uma cera acrílica de proteção na escadaria, uma escada sobreposta em acrílico ou mesmo em vidro antiderrapante… Ou outra ‘coisa’ qualquer.”
O Polígrafo entrou em contacto com a Câmara Municipal de Ourém (CMO) que, além de confirmar a veracidade dos registos fotográficos, começa por enumerar algumas das principais motivações para esta intervenção. São elas a “reabilitação do conjunto monumental do Castelo e Paço dos Condes na vertente da sua conservação”, “dotar o espaço de condições de visitação e de fruição, melhorando as acessibilidades”, “devolver a dignidade ao espaço” e ainda “dotar o espaço de soluções de interpretação e musealização”.
Questionados sobre a existência de algum critério de preservação para a manutenção do espaço, a CMO garante que “o edificado será mantido de acordo com as boas práticas da conservação e da legislação em vigor“, bem como os restantes espaços.
Fruto de um investimento superior a dois milhões de euros, o projeto aprovado pela autarquia teve por base o facto de o lanço de escadas, que data do século XX e era constituído por “excedentes de pedras e cimento”, estar em “más condições, tendo sofrido intervenções de reparação ao longo dos últimos anos”.
“Constatava-se que constituía elevado perigo para os utilizadores tendo surgido ocorrências de diversas quedas com danos físicos” e, sendo assim, “a instalação das escadas foi antecedida por sondagens arqueológicas, sendo a solução reversível, sem causar danos para a estrutura preexistente”. A escadaria atual é “feita de calcário e encontra contexto no maciço calcário estremenho que marca o território” e “permitiu o melhoramento dos acessos preexistentes, promovendo a fruição do monumento”.
Este projeto de intervenção e valorização do Castelo e Paço dos Condes, sublinha ainda a autarquia, “resulta de um trabalho de vários anos e de parceria entre a Câmara Municipal de Ourém, a Fundação da Casa de Bragança (proprietária do Castelo e Paço dos Condes) e a Direção Geral do Património Cultural (entidade responsável pela gestão do património cultural em Portugal)”.
Para se manter fiel ao objetivo inicial, a intervenção contou ainda com a participação e acompanhamento de técnicos e investigadores na área do património cultural como museólogos, arqueólogos, historiadores, antropólogos, biólogos, conservadores restauradores, arquitetos, engenheiros, entre outros.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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