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  • Com as notícias do aparecimento de um novo coronavírus, surgem também algumas informações erradas a circular nas redes sociais. O 2019 Novel Coronavírus (2019-nCoV) – que é vulgarmente conhecido por Wuhan Coronavírus, devido ao nome da cidade de Wuhan, na região central da China, onde começou o surto – já provocou, até à data, a morte a 56 pessoas, tendo sido identificados mais de 2000 infetados só na China. O vírus foi também identificado noutros países, incluindo a França, a Austrália e os Estados Unidos. No meio deste cenário surgiu uma publicação no Facebook onde é insinuado que não só existe uma vacina contra o 2019-nCoV, como a sua patente expirou na mesma altura em que começou o surto. “Então… a patente deste ‘novo’ coronavírus expirou a 22, hoje… Nós temos um surto repentino. Já existe magicamente uma vacina disponível… E AGORA o medo é espalhado pelos media sobre quarentenas. Perguntem a vocês próprios isto: O que tem a vacina para eles quererem tanto que as pessoas a tomem?”, pode ler-se numa publicação feita a 22 de janeiro e que foi partilhada centenas de vezes. [facebook url=”https://www.facebook.com/isaiah.rastetter/posts/3336961516376285″/] A acompanhar a publicação surgem várias capturas de ecrã figurando notícias sobre o surto e uma imagem onde surge o site da Google Patents mostrando a patente US10/822,904. A data em que expirou a patente (22 de janeiro de 2020) surge em destaque. Porém, não existe qualquer referência na imagem ao assunto da patente em causa. A informação que está a ser partilhada é falsa: a patente não diz respeito ao novo coronavírus nem existe uma vacina contra o Wuhan. Antes de mais é necessário entender que existem diferentes tipos de coronavírus humanos, uns mais comuns – como o 229E, o NL63, o OC43 e o HKU1 – e outros mais perigosos, como o SARS-CoV – que em 2002-2003 causou 774 mortes e infectou cerca de oito mil pessoas – e o MERS-CoV, que surgiu em 2012 no Médio Oriente e se espalhou por uma dúzia de países. O 2019-nCoV é o sétimo coronavírus que infeta seres humanos a ser identificado e junta-se ao SARS-CoV e ao MERS-CoV. O primeiro grupo de coronavírus, como explica ao Polígrafo Graça Freitas, Diretora-Geral da Saúde, “já existe nos seres humanos há muito tempo e circula entre nós todos os invernos”. “Quando dizemos que temos uma virose, uma constipação, esta pode ser causada por um coronavírus habitual”, acrescenta. A patente referida pela publicação, segundo a plataforma americana de fact-checking Politifact, está associada ao SARS-CoV e não ao novo vírus. Ou seja, apesar de pertencerem à mesma família de vírus, são doenças diferentes que, por conseguinte, têm tratamentos diferentes. Segundo as datas referidas na patente, é possível ver que esta surgiu no mesmo período do surto de SARS-CoV. O primeiro grupo de coronavírus, como explica ao Polígrafo Graça Freitas, Diretora Geral da Saúde, “já existem nos seres humanos há muito tempo e circulam entre nós todos os invernos”. “Quando dizemos que temos uma virose, uma constipação, esta pode ser causada por um coronavírus habitual”, acrescenta. Tendo em conta que o 2019-nCoV apenas foi identificado no final do mês de dezembro, seria impossível ter sido desenvolvida uma vacina em tão pouco tempo. Mesmo com a China a disponibilizar rapidamente o genoma deste vírus – o que permite um mais fácil diagnóstico dos infetados e foi crucial na identificação do vírus noutros países –, o processo necessário para a criação de uma vacina é bastante demorado e pode levar vários anos. “Sempre que existe uma emergência relacionada com uma doença infeciosa, as vacinas são a melhor medida de todas”, esclarece Graça Freitas. Como explicou a Diretora-Geral de Saúde ao Polígrafo, os investigadores estavam a trabalhar numa vacina para o MERS-CoV, mas encontrava-se ainda “em fase de ensaio”, ou seja numa etapa muito precoce. “Nestas alturas tenta-se aproveitar tudo o que há, todas as possibilidades terapêuticas. Se houvesse uma vacina era excelente, vacinava-se em massa e as coisas ficavam contidas. Não havendo uma vacina [os investigadores] vão tenter perceber se a vacina que estavam a fabricar para o outro coronavírus do Médio Oriente poderá ser usada para este”. Segundo a CNN, o Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla inglesa) já começou a trabalhar na criação de uma vacina. No entanto, o processo poderá demorar mais de um ano até existir de facto uma disponível. Ao Politifact, Amesh Adalja, professor no Centro Universitário para a Segurança da Saúde John Hopkins, sublinhou que “não existem vacinas disponíveis para nenhum coronavírus, muito menos para este [Wuhan]”. Se houvesse uma vacina era excelente, vacinava-se em massa e as coisas ficavam contidas. Não havendo uma vacina [os investigadores] vão tenter perceber se a vacina que estavam a fabricar para o outro coronavírus do Médio Oriente poderá ser usada para este”, explica a Diretora Geral da Saúde. Depois da cidade de Wuhan – que tem cerca de 11 milhões de habitantes – ter sido identificada como a origem do surto do 2019-nCoV, a China implementou um regime de “quasi-quarentena” de forma conter a propagação do vírus. Em Portugal, a Direção Geral de Saúde (DGS) acionou a fase de contenção – seguindo as direções da Organização Mundial de Saúde – para evitar a propagação do vírus caso este chegue ao país. Todo o processo é feito com base na prevenção: “Um médico que veja um doente com sintomas respiratórios, tosse, dificuldade em respirar, febre e que tenha vindo de uma área afetada – nomeadamente da província do Wuhan, na China – liga para a linha de apoio ao médico (da DGS) e conta a história clínica do doente. Se o médico da DGS achar que aquele caso é um caso suspeito fala com o médico de um dos hospitais de referência. Temos 3 hospitais de referência: o São João, no Porto, para adultos e crianças, o Curry Cabral, em Lisboa, para adultos, e o Dona Estefânia, também em Lisboa, para crianças. Só se o caso for validado é que INEM transporta [o paciente] em condições adequadas até um destes hospitais. E depois faz análises e ou é confirmado ou infirmado.”, elucida Graça Freitas. Em Portugal, a Direção Geral de Saúde acionou a fase de contenção – seguindo as direções da Organização Mundial de Saúde – para evitar a propagação do vírus caso este chegue ao país. No último sábado, 24, foi identificado um caso de suspeita de contágio num paciente português que tinha regressado recentemente da região de Wuhan. No entanto, depois de ter sido isolado como forma de prevenção, as análises foram negativas. “No caso deste senhor, foram feitas as análises durante a noite pelo Instituto Ricardo Jorge e deu negativo. Portanto, o senhor é tratado para a sua doença, mas não em situação de isolamento nem num quarto com pressão negativa”, refere ainda Graça Freitas. Caso o vírus se propague, a Direção-Geral de Saúde irá ter de acionar uma nova fase, chamada fase de mitigação, em que a principal preocupação será diminuir os danos provocados pelo vírus. Atualmente o vírus já chegou à Europa, tendo sido identificados três casos em França. “Temos de saber a verdadeira dimensão dessa transmissão de pessoa para pessoa, porque há vírus que passam facilmente e outros que não é assim tão fácil. Este ainda está em estudo: já sabemos que há passagem não sabemos é se essa passagem é competente ou se se faz com dificuldade”, diz Graça Freitas. Ainda há muito que não se sabe sobre o Wuhan Coronavírus, entre eles a forma de contágio entre humanos. “Já sabemos mais umas coisas, todos os dias sabemos mais. Mas ainda não temos certezas”, afirma Graça Freitas. “A principal fonte, no início, terá sido de facto através de animais – animais esses que não sabemos quais são. O vírus existe na natureza e dos animais terá passado para as pessoas. Agora começa a haver indícios de que também passa de uma pessoa para a outra e essa questão é que torna a doença mais preocupante.” Avaliação do Polígrafo:
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