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| - Várias fotografias de Ljubomir Stanisic algemado dentro de um carro da Guarda Nacional Republicana (GNR) estão a circular nas redes sociais desde dia 2 de outubro. As imagens foram partilhadas pelo próprio na sua página oficial de Instagram, através das stories. Por esse motivo, já não se encontram disponíveis, uma vez que as imagens ficam visíveis apenas durante um período de 24 horas.
No Facebook, são várias as publicações a dar conta do sucedido, com ligações para sites e blogues onde é possível aceder às fotografias e até a um vídeo em que o chefe de cozinha se mostra a ser algemado por um militar da GNR, à beira da estrada, enquanto coloca a língua de fora. Na legenda de uma das imagens, lê-se: “Ia eu a caminho de Idanha-a-Velha…” O chef divulgou ainda uma fotografia dentro do carro da GNR, ao som da música “Karma Police”, da banda Radiohead.
O episódio foi classificado por Stanisic e outros órgãos de comunicação social como uma “brincadeira“. Ao Polígrafo, fonte oficial da GNR afirma que “não foi possível reconhecer o local e a viatura da GNR que possa estar relacionada com a publicação e com as fotografias apresentadas”.
Igualmente contactado, César Nogueira, presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), considera que não terá sido incumprida nenhuma regra profissional durante este episódio.”A ter acontecido, terá sido uma situação de mútuo acordo, certamente a pedido do envolvido. Se estivesse em causa a arma de serviço era outra história. Neste caso estamos a falar de um par de algemas, se estivéssemos a falar de um bastão ou de uma arma estariam, sim, a ser infringidas regras”.
“Diria que se trata de uma brincadeira, [a GNR] até participa em novelas, quer com meios físicos, quer com meios humanos para tentar acompanhar os tempos e trabalhar a imagem da força policial e a aproximação aos cidadãos”, considera ainda o presidente da APG/GNR. E acrescenta que este tipo de serviços, como a figuração em programas de ficção, são realizados em “regime remunerado” e feitos “para lá do serviço”.
No entanto, Nogueira admite que “não é uma situação normal as pessoas pedirem para brincar com as algemas só para colocar imagens nas redes sociais” e que o episódio pode gerar vários entendimentos. O Polígrafo contactou Ljubomir Stanisic, que não quis prestar esclarecimentos sobre o episódio a ser destacado nas redes sociais há vários dias.
Recorde-se que o chef de cozinha esteve envolvido num caso de alegado suborno de um agente da PSP com bebidas alcoólicas para furar o confinamento na Páscoa de 2020. Esteve acusado pelo DCIAP de corrupção activa, depois de ter sido interceptado em escutas num processo de investigação de tráfico de droga com o qual não tinha qualquer relação. O arquivamento das suspeitas dos crimes de corrupção e de desobediência às regras do estado de emergência apenas se baseou em questões formais, uma vez que Stanisic não era inicialmente visado na investigação em causa.
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Avaliação do Polígrafo:
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